Elizabeth, uma cristã do nordeste da Nigéria, viveu anos de sofrimento após ser sequestrada com seus filhos por terroristas do Boko Haram. Sua história é marcada por perdas, fé e superação.
Fugindo do ataque
Tudo começou quando o grupo extremista invadiu sua aldeia. Elizabeth, que tinha uma bebê de apenas uma semana, fugiu com seus quatro filhos e se escondeu em uma grande rocha. Passaram a noite em silêncio, enquanto os terroristas patrulhavam a área.
Na manhã seguinte, ela encontrou outros sobreviventes, mas seu marido havia desaparecido. Mesmo assim, Elizabeth reuniu o que restou de comida e seguiu em busca de refúgio com os vizinhos. Porém, logo depois, o Boko Haram voltou e capturou Elizabeth e seus filhos.
Anos no cativeiro
No cativeiro, as condições eram desumanas. Havia pouca comida, nenhuma higiene e doenças se espalhavam. “Tantas mulheres, sem banheiro, sem água. Isso causou um surto de cólera”, contou Elizabeth.
Seu filho ficou gravemente doente. Ela pediu socorro, mas os guardas responderam friamente: “Se ele morrer, não será o primeiro”. Determinada, Elizabeth aproveitou um momento de distração e fugiu com seus filhos. Infelizmente, o menino não resistiu e faleceu no dia seguinte. “Cavei e o enterrei com as minhas mãos”, lembrou emocionada.
Nova vida e reencontro
Com a ajuda de desconhecidos, Elizabeth conseguiu retornar para a Nigéria. Em um campo de refugiados da Global Christian Relief, reencontrou o marido, que também havia sobrevivido.
A organização ajudou a família a reconstruir a vida, oferecendo uma casa, apoio espiritual e educação para os filhos. Elizabeth ganhou uma máquina de costura e começou seu próprio negócio. Hoje, ela é referência na comunidade e todo Natal costura vestidos para presentear as meninas.
“Deus nos uniu novamente e enviou pessoas para nos ajudar em tudo”, testemunhou Elizabeth.
Perseguição aos cristãos
Desde 2010, mais de 50.000 cristãos foram mortos no norte da Nigéria, vítimas de ataques do Boko Haram e de outros grupos armados. Igrejas foram destruídas e comunidades cristãs, desfeitas. A violência religiosa na região segue crescente, com perseguições, sequestros e ataques a vilarejos.