Durante a sua vida aqui na terra, Cristo, em voz alta e com lágrimas, fez orações e súplicas a Deus, que o podia salvar da morte. E as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus. Embora fosse o Filho de Deus, ele aprendeu, por meio dos seus sofrimentos, a ser obediente. E, depois de ser aperfeiçoado, ele se tornou a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
Hebreus 5:7-9 NTLH
A imagem de Cristo, nosso Salvador, em profunda agonia, clamando a Deus com voz alta e lágrimas (Hebreus 5:7), é uma das cenas mais impactantes das Escrituras. Ela nos revela não um Deus distante e impassível, mas um Filho que, em sua jornada terrena, experimentou a plenitude da emoção humana, incluindo a angústia diante do sofrimento iminente. Ele não orava por livramento da missão, mas por força para cumpri-la, demonstrando uma piedade e dedicação inabaláveis ao Pai.
O texto de Hebreus nos diz que “as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus”. Como podemos entender isso, se Ele não foi poupado da cruz? A resposta não está na isenção do sofrimento, mas na capacitação divina para atravessá-lo em perfeita obediência. Deus ouviu o clamor do Filho e lhe deu a força necessária para suportar a dor, a humilhação e a morte, cumprindo assim o propósito redentor. Que amor insondável! Imaginar o Pai, ouvindo as súplicas do Filho amado, sabendo que uma única palavra Sua poderia mudar tudo, mas, por amor a nós, permitiu que o sacrifício se completasse.
É fundamental compreendermos que Jesus, “embora fosse o Filho de Deus, ele aprendeu, por meio dos seus sofrimentos, a ser obediente” (Hebreus 5:8). Isso não significa que Ele fosse desobediente antes, mas que a Sua obediência foi provada e aperfeiçoada na mais extrema das provações. Ele viveu na prática a submissão total à vontade do Pai, mesmo quando essa vontade incluía a cruz. O sofrimento foi a escola onde a perfeição da Sua obediência se manifestou de forma cabal.
E qual o resultado dessa obediência dolorosa, desse sofrimento redentor? Hebreus 5:9 nos dá a resposta gloriosa: “E, depois de ser aperfeiçoado, ele se tornou a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem”. O caminho de lágrimas e súplicas levou à cruz, e a cruz levou à ressurreição e à exaltação. Por meio de Seu sacrifício perfeito, Jesus abriu para nós o caminho até Deus. Ele não é apenas um exemplo de obediência, Ele é a fonte da nossa salvação.
A condição para recebermos essa dádiva, no entanto, é clara: “para todos os que lhe obedecem”. A fé salvadora em Cristo não é meramente um assentimento intelectual; ela se manifesta em uma vida de obediência aos Seus ensinamentos. Crer em Jesus é confiar n’Ele a ponto de seguir Seus passos, de submeter nossa vontade à d’Ele, assim como Ele se submeteu ao Pai.
Portanto, ao olharmos para o sofrimento de Cristo, não vejamos apenas dor, mas também propósito, amor e vitória. As lágrimas de Jesus no Getsêmani regaram a semente da nossa esperança. Sua obediência até a morte nos comprou a vida eterna. Que possamos responder a tão grande amor com corações gratos e vidas rendidas em fé e obediência, sabendo que Nele encontramos a única e verdadeira fonte de salvação eterna. Que o exemplo de Cristo nos inspire a perseverar em nossa própria jornada de fé, mesmo em meio às lutas, confiando que Aquele que nos chamou é fiel para nos sustentar e nos conduzir à glória.
Sugestão de Música:
Uma música que se conecta profundamente com o tema do sofrimento redentor e do caminho doloroso de Cristo para a nossa salvação é “Via Dolorosa”. A versão do Get Worship é muito conhecida e emocionante:
Esta canção retrata a caminhada de Jesus rumo à cruz, enfatizando o sofrimento e o amor que o motivaram, ecoando a mensagem de Hebreus 5 sobre o custo da nossa salvação.