Uma onda de violência devastadora atingiu o estado de Benue, na Nigéria, com a morte de mais de 200 pessoas — a maioria cristãos — em um ataque brutal realizado por jihadistas Fulani entre os dias 13 e 14 de junho de 2025, na comunidade agrícola de Yelwata, próxima à capital Makurdi.
Armados, os extremistas incendiaram casas e massacraram moradores durante duas horas de terror. A vila, composta majoritariamente por católicos (97%), também abrigava famílias deslocadas por ataques anteriores. Segundo autoridades locais, 45 mortes foram confirmadas oficialmente, mas organizações como a Anistia Internacional e a Truth Nigeria estimam entre 100 e 200 vítimas. Muitos corpos foram queimados até ficarem irreconhecíveis.
Ataque ”Bárbaro”
O padre Moses Aondover Iorapuu classificou o ataque como “bárbaro” e expressou frustração diante da inação do governo e das forças de segurança, que estavam próximas, mas não impediram o massacre. “Mais de 200 cristãos foram mortos e queimados. São vidas humanas, não números”, disse ele ao jornal Catholic Star.
A tragédia expõe mais uma vez a vulnerabilidade das comunidades cristãs no país. Só neste ano, ataques similares deixaram dezenas de mortos em outras regiões de Benue e no estado vizinho de Plateau. Líderes religiosos e organizações de direitos humanos denunciam uma possível agenda de islamização da Nigéria, aprofundada durante o governo do ex-presidente Muhammadu Buhari.
Omissão do Governo
Segundo o Crux e Genocide Watch, a omissão do atual governo do presidente Bola Tinubu também foi criticada. O ataque ocorreu um dia após ele reafirmar seu compromisso com a segurança dos cidadãos. Para ativistas como Emeka Umeagbalasi, da Intersociety, há uma tolerância deliberada com a violência, permitindo que jihadistas atuem com impunidade.
Enquanto isso, as comunidades cristãs seguem sofrendo com medo, abandono e luto.