Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
Marcos 10:45
Hoje quero conversar com você sobre algo que mexe com todos nós: nosso propósito e a busca por relevância. E a primeira pergunta que te faço é bem direta: por que você segue a Jesus?
Seja sincero com você mesmo. Muitas vezes, sem perceber, nossa motivação pode ser contaminada pelo que o mundo nos ensina. Vivemos numa sociedade que grita que sucesso é ter o carro do ano, a casa dos sonhos, um cargo de destaque e milhares de seguidores. Medimos nosso valor pelo que possuímos e pela posição que ocupamos. Mas, quando abrimos a Palavra de Deus em Marcos 10, Jesus vira essa lógica de cabeça para baixo.
No contexto deste capítulo, Tiago e João, cheios de boas intenções, mas com o coração ainda sintonizado na frequência do mundo, pedem a Jesus os lugares de maior honra no Seu reino. Eles queriam os melhores assentos, o status, o reconhecimento. Soa familiar? Quantas vezes não fazemos o mesmo em nossas orações e atitudes, buscando os “camarotes” do Evangelho?
A resposta de Jesus é transformadora. Ele não os repreende com raiva, mas com amor, ensinando uma das lições mais profundas do Reino: a verdadeira grandeza não está em ser servido, mas em servir.
Pensa comigo: a relevância no Reino de Deus tem a ver com submissão e serviço. Não é sobre ter o nome em placas ou ser aplaudido pela multidão. É sobre ter um coração de servo, disposto a se doar por amor, sem esperar nada em troca. Nossa adoração a Cristo não deve ser baseada no que Ele pode nos dar, mas simplesmente em quem Ele é: o Rei dos reis que se fez servo por nós.
Jesus, o Filho de Deus, que tinha todo o direito de ser servido por anjos e homens, escolheu o caminho da humildade. Ele se ajoelhou e lavou os pés dos seus discípulos. E aqui a ficha cai com força: Ele lavou os pés de todos, inclusive os de Judas, aquele que O trairia horas depois. Que amor é esse? É um amor que não depende do merecimento do outro. É um amor que serve, que se entrega, que busca o bem do próximo acima do seu próprio.
Isso nos leva a um segundo ponto crucial: o sucesso no Reino de Deus é coletivo. A jornada com Cristo não é uma corrida solo onde você tenta chegar na frente dos outros. O Senhor não permitirá que você avance sozinho. Ele nos chamou para sermos Corpo, para caminharmos juntos, para apoiarmos uns aos outros. Quando um de nós cresce em um coração de servo, todo o corpo é edificado.
Mas não se engane, ter um coração de servo não significa ser passivo ou concordar com tudo. Pelo contrário! Servir, muitas vezes, significa confrontar. Servir é se posicionar pela verdade do Evangelho, mesmo que isso gere desconforto. Servir é ter a coragem de, em amor, exortar um irmão que está se desviando, ou de se opor a uma injustiça. Servir é, acima de tudo, ser leal a Cristo e ao Seu Reino, e não à aprovação dos homens.
Então, como podemos viver isso hoje? Comece no pequeno. Sirva sua família com um amor paciente. Sirva sua igreja local, não buscando um cargo, mas uma oportunidade de ser útil. Sirva em seu trabalho com excelência e integridade. Sirva seus vizinhos com um gesto de bondade.
O poder que o mundo jamais entenderá está na toalha e na bacia, símbolos de um coração que se esvazia de si mesmo para ser preenchido pela alegria de servir, assim como o nosso Mestre fez.
Sugestão de Música:
A mensagem de esvaziar-se do orgulho para encontrar a verdadeira essência em Cristo se conecta perfeitamente com a canção “Quero Conhecer Jesus”. A letra “O meu orgulho me tirou do jardim, Tua humildade colocou o jardim em mim” reflete o cerne desta reflexão.