Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Gálatas 5:22-23a
Reflexão: O Jardim do Coração e a Batalha pelos Frutos
Imagine que o seu coração é um jardim. E nesse jardim, foram plantadas duas árvores. Uma é a “Árvore da Carne”, de raízes egoístas, que naturalmente produz frutos amargos e espinhosos como a raiva, a inveja e a discórdia. A outra é a “Árvore do Espírito”, plantada por Deus no momento da sua salvação, cujo potencial é produzir os Frutos do Espírito — um cacho delicioso e unificado de amor, alegria e paz. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Gálatas, nos diz que essas duas árvores estão em uma batalha constante pela luz do sol e pelos nutrientes do solo do nosso coração. E a pergunta que define a nossa vida cristã é: qual delas estamos regando todos os dias?
Paulo começa com um comando claro: “Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne” (v. 16). Ele estabelece a realidade de uma guerra interior. A carne e o Espírito são opostos; eles desejam coisas contrárias. Não é possível cultivar as duas árvores ao mesmo tempo. A tentativa de fazer isso resulta em uma vida cristã frustrada, cheia de conflito e sem frutos consistentes.
Para nos ajudar a diagnosticar qual árvore tem florescido em nosso jardim, Paulo nos dá uma lista clara de seus produtos.
O Contraste: Qual Árvore está Dando Fruto em sua Vida?
A “Árvore da Carne” Produz… (Obras) | A “Árvore do Espírito” Produz… (Fruto) |
Relações Quebradas: Imoralidade sexual, impureza, libertinagem, ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja. | Relações Restauradas: Amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade e mansidão. |
Adoração Falsa: Idolatria e feitiçaria. | Adoração Verdadeira: Fidelidade (a Deus). |
Falta de Controle: Bebedeiras, orgias e coisas semelhantes. | Autocontrole: Domínio próprio. |
Resultado Visível: Caos e Morte (Obras, no plural) | Resultado Visível: Harmonia e Vida (Fruto, no singular) |
Note que Paulo fala de “obras” (plural) da carne, mas “fruto” (singular) do Espírito. As obras da carne são uma coleção caótica de ações egoístas. O fruto do Espírito, no entanto, é um todo unificado. É como um cacho de uvas: diferentes bagos, mas todos nutridos pelo mesmo ramo, formando uma única unidade. Você não pode escolher ter amor sem paciência, ou alegria sem domínio próprio. À medida que o Espírito trabalha em nós, Ele cultiva todas essas virtudes juntas.
Como Cultivar a Árvore Certa?
Se o fruto é produzido pelo Espírito, e não por nós, qual é o nosso papel? Nosso papel não é o de fabricar o fruto, mas o de cultivar o jardim.
- Lembre-se da Cruz (Gálatas 5:24): Paulo diz: “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne”. A “Árvore da Carne” já foi sentenciada à morte na cruz. A batalha decisiva já foi vencida. Nosso trabalho diário é aplicar essa vitória, ou seja, parar de regar e alimentar uma árvore que já foi cortada na raiz. Devemos tratá-la como morta.
- Ande no Espírito (Gálatas 5:25): “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”. Andar é uma ação contínua, um passo de cada vez. Andar no Espírito significa tomar decisões diárias e momentâneas de submissão a Ele. É começar o dia em oração, é meditar na Palavra de Deus, é escolher a resposta mansa em vez da explosão de raiva, é buscar a pureza em vez da luxúria. Cada pequena decisão de obediência é como regar a “Árvore do Espírito”.
- Permita a Poda Divina: Cultivar um jardim envolve podar galhos improdutivos. Devemos permitir que o Espírito Santo nos mostre (e nos ajude a cortar) atitudes como a vaidade, a provocação e a inveja (v. 26). A poda pode doer, mas é essencial para que o fruto cresça mais forte e abundante.
A vida cristã não é uma luta para ser uma pessoa melhor por esforço próprio. É uma jornada de rendição ao Jardineiro Divino. Se focarmos em cultivar nosso relacionamento com o Espírito Santo, andando em submissão a Ele, os Frutos do Espírito irão crescer em nós como uma consequência natural de Sua vida fluindo através da nossa.
Sugestão de Música:
A canção “Enche-me (Até Transbordar)” de Gabriela Rocha é uma oração que captura o anseio do coração que deseja cultivar os Frutos do Espírito. É um clamor para ser tão cheio da presença do Espírito Santo que as obras da carne não encontrem mais espaço, e o que transborde de nós seja o próprio caráter de Cristo.