Violência policial no Brasil: a necessidade de uma mudança na política de segurança pública
A violência das polícias militares no Brasil contra negros e pobres poderia ser profundamente alterada com uma mudança na política de segurança pública. A opinião é da cientista social Sílvia Ramos, coordenadora da rede de Observatórios de Segurança, em entrevista ao programa Viva Maria, da Rádio Nacional.
O estudo “Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro”
Durante a semana, a entidade divulgou levantamento que mostra que – a cada 100 mortos pela polícia em 2022 – 65 eram negros. O levantamento foi batizado de Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro. Leia mais sobre o estudo.
Abordagem baseada em inteligência e investigação
A pesquisadora enfatiza que há exemplos de polícias em diferentes partes do mundo que mudaram o caminho do combate à criminalidade. Ela acredita que é possível utilizar inteligência, investigação, planejamento e operações de longo prazo, em vez de operações espetaculares que resultam em mortes e aumento da violência.
Ela contextualiza que é possível impedir o fluxo de armas, drogas e munições nos territórios, identificando onde está o abastecimento de equipamentos ilegais. Para isso, é preciso buscar as fontes do abastecimento, em vez de reprimir na ponta final, onde tanta gente morre e fica em risco.
Contrastes na abordagem policial
Neste sentido, as políticas de segurança deveriam estar baseadas em inteligência e investigação para que mortes sejam evitadas. Os números mostram que as políticas de segurança são extremamente violentas, letais e racistas, atuando de forma diferente nas áreas pobres e populares em comparação com as áreas ricas e brancas. “Porque fazem e atuam de uma certa forma nas áreas pobres e populares da periferia e atuam de forma totalmente diferente nas áreas ricas, abastadas e brancas”, diz Sílvia.
*Com informações da Agência Brasil