Clínica de reabilitação em Embu-Guaçu é flagrada sem alvará de funcionamento
A clínica de reabilitação Kairos Prime, localizada em Embu-Guaçu, foi descoberta sem alvará de funcionamento, de acordo com documentos divulgados pela prefeitura. O pedido de alvará havia sido negado em maio de 2023 devido à falta de apresentação do Alvará da Vigilância Sanitária e de outros documentos. Essa falta de regularização indica que a clínica estava operando em condições irregulares, conforme destacado pelo governo municipal em nota. O trágico ocorrido no local, no último dia 25, resultou na morte de um interno de 39 anos e na prisão de cinco funcionários em flagrante.
Força-tarefa é iniciada para investigar clínicas de reabilitação
Nessa sexta-feira (29), a prefeitura de Embu-Guaçu deu início a uma força-tarefa com o objetivo de investigar todas as clínicas de reabilitação presentes no município, que se encontra na região metropolitana de São Paulo. Essa ação conta com a participação de profissionais da Assistência Social, Vigilância Sanitária, Guarda Municipal e do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas (Comad). O principal objetivo dessa iniciativa é reforçar a fiscalização de todas as instituições que operam à margem da lei na cidade, evitando que tragédias como essa voltem a ocorrer.
Essa não é a primeira vez que ocorre uma morte na clínica este ano. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um homem de 27 anos foi encontrado morto no local em março, com sinais de violência no pescoço. Naquela ocasião, três funcionários da instituição já haviam sido presos em flagrante. A prefeitura só teve conhecimento dessa morte em 26 de setembro, por meio de um ofício enviado pela Polícia Civil à Vigilância Sanitária do município.
A Vigilância Sanitária de Embu-Guaçu respondeu afirmando que a clínica nunca solicitou autorização para o funcionamento e que uma vistoria estava planejada para o início de outubro.
Outros casos suspeitos envolvendo clínicas de reabilitação
O dono da clínica Kairos Prime, Ueder Santos de Melo, está sendo investigado pelas duas mortes ocorridas no local. Além disso, outras unidades na Grande São Paulo, em que ele é sócio, apresentaram registros de violência.
Nas duas unidades de Juquitiba, também na Grande São Paulo, foram registrados quatro casos, incluindo um de lesão corporal no dia 22 de setembro e um de tortura na manhã do dia 27 de setembro. Além disso, foram registradas duas mortes por causas naturais em dezembro de 2022 e maio de 2023.
Em maio de 2023, uma ocorrência de lesão corporal foi registrada na unidade de São Lourenço da Serra. Nesse mesmo local, houve um caso de desaparecimento em junho de 2017.
A Polícia Civil está empenhada em esclarecer todas as circunstâncias e punir os responsáveis por esses casos. Até o momento, pelo menos oito funcionários foram presos.
*Com informações da Agência Brasil