Millôr Fernandes: A Genialidade do Humor Brasileiro
Millôr Fernandes, também conhecido como Milton Viola Fernandes, foi um talentoso desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Se estivesse vivo, ele completaria seu centenário de nascimento nesta quarta-feira (16). Nascido no subúrbio carioca do Méier, em 16 de agosto de 1923, e falecido em 27 de março de 2012, Millôr ficou famoso por suas colunas de humor gráfico em publicações como Veja, O Pasquim e Jornal do Brasil.
A arte de Millôr encantou muitas pessoas, incluindo o cartunista, ilustrador e designer Claudio Duarte, que afirmou: “Millôr é uma das grandes mentes do nosso país. Um artista gráfico fascinante, além de grande escritor”. Apesar de nunca tê-lo conhecido pessoalmente, Claudio teve a oportunidade de apreciar a genialidade de Millôr nas páginas do Pasquim e da revista Veja. Segundo ele, as frases e sátiras escritas por Millôr eram magistralmente transcritas para o papel, e seu talento nas artes gráficas influenciou muito seu próprio trabalho.
Outro cartunista, Carlos Amorim, que trabalhou no jornal O Pasquim entre 1984 e 1992, destacou a importância de Millôr para a equipe do jornal. Segundo ele, Millôr era o farol da turma, e Ziraldo e Jaguar sempre buscavam sua aprovação. Após sua saída do Pasquim, o jornal sofreu bastante e poderia ter se mantido por mais tempo se contasse com sua presença. Millôr levava o humor a sério e acreditava que o jornalismo era uma forma de oposição.
Millôr Fernandes também foi uma referência para o escritor Geraldo Carneiro, membro da Academia Brasileira de Letras. Carneiro lembra que Millôr “analfabetizou” sua geração com as sessões de humor em revistas como Pif Paf e Van Gogo, nas quais não respeitava as normas da semântica e da sintaxe. Além disso, Carneiro destaca a ética e a retidão intelectual de Millôr, afirmando que ele era uma das pessoas mais bacanas da história do Brasil.
Millôr Fernandes tinha frases célebres que se tornaram famosas, como “Amor não é coisa para amador” e “Todo homem nasce original e morre plágio”. Ele também era conhecido por suas críticas à Academia Brasileira de Letras, da qual alguns de seus amigos, como Geraldo Carneiro, fizeram parte.
A vida de Millôr Fernandes foi marcada por muitos desafios e conquistas. Ele começou sua carreira como jornalista aos 14 anos, trabalhando na revista O Cruzeiro. Ao longo dos anos, escreveu peças de teatro, roteiros cinematográficos e publicou diversos livros. Em 1970, assumiu a presidência do Pasquim e salvou o jornal da falência, mas acabou saindo em 1975 devido a desavenças com a equipe. Seu relacionamento duradouro com a jornalista Cora Rónai também marcou sua vida.
Millôr Fernandes deixou um legado enorme para a cultura brasileira, com seu humor inteligente e suas críticas afiadas. Sua genialidade e criatividade são eternas, e seu centenário é uma oportunidade de relembrar e valorizar sua contribuição para o mundo das artes.
*Com informações da Agência Brasil