Consumo nos Lares Brasileiros tem alta de 2,47% no primeiro semestre
O consumo nos lares brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), registrou uma alta de 2,47% no primeiro semestre deste ano. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o aumento é de 6,96%. Em relação a maio, o indicador apresentou uma alta de 0,55%. Esses resultados englobam os diferentes formatos de loja, como atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.
Indicadores deflacionados e impulsionados por programas de transferência de renda
Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, esse crescimento consistente e gradual no consumo até o final do semestre foi favorecido pelo recuo do desemprego, pelos reajustes salariais e pela consolidação dos programas de transferência de renda. Milan analisa que, nos próximos meses, se a menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos for mantida, o consumo tende a continuar crescendo, devido a datas importantes que estimulam o consumo, como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano.
De acordo com a Abras, o aumento do consumo foi influenciado pelos recursos dos programas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, o Primeira Infância, o Benefício Variável Familiar e os Auxílios Gás. Esses programas somaram cerca de R$ 85,4 bilhões em recursos. Além disso, os reajustes do salário-mínimo, os reajustes das bolsas da educação Capes e CNPQ, os reajustes dos servidores civis do Poder Executivo, o resgate do PIS/Pasep, os pagamentos dos lotes residuais de Imposto de Renda, a ampliação da isenção do imposto de renda, os pagamentos de restituições do Imposto de Renda, o pagamento de precatórios e a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS também contribuíram para o aumento do consumo.
Queda nos preços da cesta de 35 produtos
Segundo os dados da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo registraram uma queda de 1,75% no primeiro semestre. Em junho, todas as regiões pesquisadas registraram deflação nos preços da cesta, que recuou de R$ 750,22 em maio para R$ 741,23, uma queda de 1,20% na média nacional.
As carnes foram os produtos da cesta com maior queda de preços no período. A carne bovina registrou uma queda de 8,20% no primeiro semestre, seguida pelos cortes do dianteiro, com uma queda de 5,88%, o frango congelado, com uma queda de 5,78%, e o pernil, com uma queda de 2,42%. Em junho, as variações ante maio foram: cortes do traseiro (-2,51%) e corte dianteiro (-1,30%), frango congelado (-1,27%) e pernil (-2,40%).
Entre os itens básicos, as maiores quedas no semestre foram no óleo de soja (-24,52%), café torrado e moído (-3,42%) e farinha de trigo (-1,10%). Já as maiores altas foram na farinha de mandioca (+9,53%), no leite longa vida (+9,17%), no arroz (+6,45%) e no feijão (+4,78%).
Com condições climáticas mais favoráveis, a única alta de preço na cesta de hortifrutis no acumulado do ano foi registrada no tomate (+4,08%). Já a cebola (-43,47%) e a batata (-4,47%) apresentaram quedas no período.
Na cesta de limpeza, os preços ficaram praticamente estáveis em junho, no entanto, no acumulado do semestre, os desinfetantes (+5,16%), o sabão em pó (+4,17%), o detergente líquido para louças (+2,10%) e a água sanitária (+1,77%) foram os itens que puxaram as altas na categoria.
Entre os itens de higiene e beleza, houve aumento de preços no sabonete (+5,28%), no creme dental (+5,22%), no papel higiênico (+4,42%) e no xampu (+3,76%).
Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na Região Norte (-2,11%), seguida do Centro-Oeste (-2,09%), Nordeste (-1,51%), Sudeste (-1,17%) e Sul (-0,30%).
Previsões de crescimento no consumo
Segundo a Abras, os 13º salários dos trabalhadores com carteira assinada, o pagamento de três lotes de restituições do Imposto de Renda 2023 e a continuidade dos programas de transferência de renda devem refletir positivamente no consumo das famílias. Além disso, o consumo deve ser incentivado por ofertas em datas especiais, como o Dia dos Supermercados, o Dia dos Pais, o Dia das Crianças, a Black Friday, o Natal e o Ano Novo.
Com informações da Agência Brasil