Banco Central aumenta projeção de crescimento da economia para 2,9% em 2023
O Banco Central elevou a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2023. De acordo com o Relatório de Inflação divulgado pelo BC, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2% para 2,9%. Essa revisão se deve principalmente ao crescimento inesperado no segundo trimestre do ano.
No segundo trimestre, a economia brasileira registrou um crescimento de 0,9%, superando as projeções. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 3,4%. No acumulado de 12 meses, o PIB teve uma alta de 3,2% e, no primeiro semestre, a alta acumulada é de 3,7%.
O BC ressalta que o ritmo de crescimento deve desacelerar nos próximos trimestres e ao longo de 2024. Além disso, as projeções para a indústria, serviços e consumo das famílias também são ligeiramente mais favoráveis no segundo semestre de 2023.
No primeiro semestre deste ano, o setor agropecuário impulsionou o crescimento do PIB, devido aos resultados positivos das safras de soja e milho. Já no segundo trimestre, a indústria e os serviços contribuíram para a alta da economia. No entanto, o BC alerta que os impactos positivos da agropecuária devem diminuir no restante do ano e que não se espera um crescimento tão expressivo desse setor em 2024.
Outro fator transitório que impulsionou o crescimento no primeiro semestre, e que não deve se repetir na mesma magnitude, foi a expansão dos benefícios previdenciários e de assistência social sobre a renda das famílias.
Em relação à política monetária, o BC afirma que ela se situa em terreno contracionista e há uma expectativa de que se mantenha assim no horizonte de previsão. No entanto, a flexibilização gradual dessa política está em curso. O BC também aponta um cenário externo mais incerto, com a desaceleração da atividade econômica nos países avançados e o menor crescimento da economia chinesa.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a taxa básica de juros, a Selic, para 12,75% ao ano. Essa decisão foi tomada devido ao comportamento dos preços, uma vez que o BC busca controlar a inflação e garantir o crescimento econômico.
Para o ano de 2024, o BC estima um crescimento do PIB de 1,8%. Em relação à inflação, a projeção para este ano se mantém em 5%, com uma taxa básica de juros em 11,75% ao ano e câmbio em R$ 4,90. As expectativas para 2024 e 2025 são de uma inflação de 3,5% e 3,1%, respectivamente.
O BC destaca que há uma chance de a inflação oficial superar o teto da meta este ano, o que aumentou de 61% para 67%, de acordo com o relatório de setembro. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em resumo, o Banco Central elevou a projeção de crescimento da economia para 2,9% em 2023, impulsionado pelo crescimento inesperado no segundo trimestre. O BC ressalta que o ritmo de crescimento deve desacelerar nos próximos trimestres e que a política monetária se mantém contracionista. Além disso, há incertezas no cenário externo e preocupações com a inflação e as expectativas de inflação acima da meta.
*Com informações da Agência Brasil