BNDES busca abrir linha de crédito de R$ 500 milhões para o setor audiovisual brasileiro
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está se mobilizando para disponibilizar uma linha de crédito de R$ 500 milhões para impulsionar o setor de audiovisual brasileiro. Aloizio Mercadante, presidente da instituição, anunciou essa iniciativa durante um seminário realizado na sede do banco, no Rio de Janeiro.
A importância da indústria cultural no país foi ressaltada por Mercadante, que baseou seu argumento em números de 2019, ano em que o setor empregava mais de 657 mil pessoas e movimentava cerca de R$ 55 bilhões na economia, gerando R$ 7,7 bilhões em impostos arrecadados. Segundo Mercadante, o BNDES voltará a ser protagonista no incentivo ao setor audiovisual, após anos de retrocesso em governos anteriores.
Aloizio Mercadante declarou que um banco público tem uma relação intrínseca com o desafio de impulsionar a cultura, a economia criativa e o audiovisual como um todo. Ele também afirmou que buscará parcerias com a iniciativa privada para fortalecer esse apoio financeiro.
Em relação aos efeitos da pandemia de Covid-19, Mercadante destacou a necessidade de auxiliar as produtoras cinematográficas e as salas de distribuição que enfrentaram dificuldades após contratarem empréstimos junto ao BNDES. O presidente do banco expressou sensibilidade em relação ao passivo financeiro dessas empresas e se comprometeu a encontrar soluções para que elas possam se recuperar e retornar ao mercado.
Com o intuito de auxiliar as pequenas produtoras, Mercadante sugeriu a possibilidade de montar cooperativas. Ele ressaltou que, para o BNDES, é mais ágil e eficiente financiar cooperativas do que produtoras independentes, uma vez que, juntas, elas têm mais força para atravessar os momentos iniciais de dificuldades e se tornarem produtoras independentes posteriormente.
Além das iniciativas do BNDES, o seminário abordou os projetos em discussão no Congresso em relação ao setor audiovisual. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, defendeu políticas de incentivo, como a regulação das plataformas digitais, direitos autorais mais justos e a chamada cota de telas, que reservaria espaço na TV paga para exibição de produções nacionais.
O evento também prestou homenagem à atriz Fernanda Montenegro e ao cineasta Luiz Carlos Barreto, reconhecendo seus legados para o cinema brasileiro. Profissionais do setor audiovisual também participaram do seminário e discutiram experiências de fomento tanto no cenário nacional quanto internacional.
Dessa forma, o BNDES está empenhado em impulsionar o setor audiovisual brasileiro por meio de uma linha de crédito de R$ 500 milhões, ao mesmo tempo em que busca parcerias com a iniciativa privada. Além disso, debate-se no Congresso a implementação de políticas de incentivo e regulação para o setor, visando fortalecer a indústria cultural do país.
*Com informações da Agência Brasil