Desaceleração na criação de empregos formais em setembro
No mês de setembro, houve uma queda na criação de empregos formais em relação ao mês anterior. De acordo com os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, foram abertos 211.764 postos de trabalho com carteira assinada no último mês. Esse indicador mede a diferença entre as contratações e as demissões.
Essa queda representa uma diminuição de 23,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em setembro de 2022, foram criados 278.023 postos de trabalho, considerando os dados com ajuste, que consideram declarações entregues pelos empregadores em atraso.
No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, foram abertas 1.599.918 vagas de emprego. Esse resultado é 26,6% mais baixo em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa comparação leva em conta os dados com ajustes, em que o Ministério do Trabalho registra declarações entregues fora do prazo pelos empregadores e retifica os dados de meses anteriores. Vale ressaltar que a mudança na metodologia do Caged impede a comparação com anos anteriores a 2020.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, apesar da desaceleração observada em setembro, manteve a projeção de criação de 2 milhões de postos de trabalho neste ano. No entanto, ele não descartou a possibilidade de uma variação para baixo, com o número ficando em 1,9 milhão. O ministro ressaltou que as medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo e a redução da taxa de juros pelo Banco Central levarão algum tempo para surtirem efeitos na economia real. De acordo com ele, “a reorganização dos processos leva tempo maior que o nosso desejo. O mundo real é mais lento que as vontades de governos”.
Análise por setores
Analisando os setores da economia, todos os cinco setores pesquisados registraram criação de empregos formais em setembro. O setor de serviços teve o melhor desempenho, com a abertura de 98.206 postos de trabalho, seguido pelo setor do comércio, com 43.465 postos a mais. Em terceiro lugar está a indústria, que engloba a indústria de transformação, a indústria de extração e outros tipos, com a criação de 43.214 postos de trabalho.
A construção civil também apresentou um aumento no nível de emprego, com a abertura de 20.941 postos. Mesmo com a pressão decorrente do fim da safra de diversos produtos, a agropecuária também criou 5.942 vagas no mês passado, impulsionada pela colheita da cana-de-açúcar no Nordeste.
Destaques por setores
No setor de serviços, a criação de empregos foi impulsionada pelo segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que abriu 41.724 postos formais. Já a categoria de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais abriu 20.383 vagas.
Na indústria, o destaque positivo veio da indústria de transformação, que contratou 41.952 trabalhadores a mais do que demitiu. Em segundo lugar ficou a indústria extrativa, com 1.082 vagas abertas.
Vale ressaltar que o Caged, a partir de 2020, não detalha as contratações e demissões por segmentos do comércio. Na série histórica anterior, era possível separar os dados do comércio atacadista e varejista.
Análise por regiões
Todas as cinco regiões brasileiras apresentaram criação de empregos com carteira assinada em setembro. O Sudeste foi a região que mais abriu vagas, com 82.350 postos a mais, seguido pelo Nordeste, com 75.108 postos. O Sul ficou em terceiro lugar, com 22.330 postos. O Norte criou 16.850 postos de trabalho, enquanto o Centro-Oeste abriu 14.793 vagas formais no mês passado.
Quando analisamos as unidades da Federação, todas as 27 registraram saldo positivo na criação de empregos. São Paulo (+47.306 postos), Pernambuco (+18.864) e Rio de Janeiro (+17.998) foram os estados com maior destaque na abertura de vagas. Os estados com menor número de aberturas foram Amapá (+1.027), Roraima (+763) e Acre (+360).
*Com informações da Agência Brasil