Semana do Pescado: Promovendo o consumo de pescado no Brasil
A Semana do Pescado está em sua 20ª edição e tem como objetivo ampliar ainda mais o consumo de pescado no Brasil. Desde sua primeira edição, em 2004, o evento conseguiu aumentar o consumo médio de 6,5 quilos por habitante ao ano para 10 quilos por habitante/ano atualmente. Esse crescimento representa um aumento de 65%, de acordo com Altemir Gregolin, presidente do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil) e membro da coordenação nacional do evento.
Expansão e descentralização
A meta da Semana do Pescado, que será realizada em todo o país de 1º a 15 de setembro, é tornar o consumo de pescado uma prática cotidiana dos brasileiros. Para alcançar esse objetivo, a descentralização se tornou uma prioridade nos últimos anos. Agora, além das capitais, a intenção é chegar nos pequenos e médios municípios, levando o pescado onde ele não era facilmente acessível.
A estratégia envolveu mobilizar empresas do setor, como a pesca artesanal, a piscicultura e os produtores de camarão, para ampliar os pontos de venda e facilitar o acesso ao pescado. Também contou com a participação de bares, restaurantes e supermercados, como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que possui uma grande capilaridade com suas 94 mil lojas no país. Com o engajamento de todos, o consumo de pescado tem o potencial de aumentar consideravelmente.
Promovendo informações e qualidade
Outro desafio é fornecer informações adequadas aos consumidores, principalmente em relação à qualidade e às diferentes espécies de peixes disponíveis. Diferentemente do frango e do suíno, o pescado apresenta uma grande variedade de opções, o que pode dificultar a escolha dos consumidores. No entanto, nos últimos anos, houve uma melhoria significativa na qualidade do pescado, graças à modernização dos processos e ao aumento da fiscalização por parte dos órgãos públicos.
Durante a Semana do Pescado, serão realizadas ações de divulgação e campanhas de conscientização em todo o país, visando informar e orientar os consumidores sobre como escolher e preparar o pescado de forma adequada. Essa iniciativa visa não apenas melhorar a saúde da população, mas também impulsionar a produção nacional, uma vez que o aumento do consumo gera uma maior demanda pelo pescado.
Desafios da balança comercial
Apesar do significativo aumento no consumo nos últimos 20 anos, o Brasil ainda enfrenta desafios na balança comercial do setor de pescado. Até 2006, o país tinha uma balança positiva, exportando mais do que importando. No entanto, o aumento do consumo interno mudou esse cenário, tornando a balança comercial negativa. Em 2022, o Brasil importou US$ 1,4 bilhão em pescado, enquanto exportou apenas US$ 300 milhões.
Para Altemir Gregolin, esse déficit na balança comercial indica o potencial gigantesco do mercado brasileiro. Se o consumo aumentar em apenas um quilo por habitante/ano, isso representaria a necessidade de produzir 200 mil toneladas adicionais de pescado. O país é o quarto maior produtor de tilápia do mundo, mas ainda tem um grande potencial de expansão.
Contribuindo para a economia e o emprego
A aquicultura e a pesca geram um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 25 bilhões no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca). Apesar de ainda ser uma fração pequena do PIB nacional, o setor tem um grande potencial em função da população brasileira e beneficia toda uma cadeia produtiva, que envolve mais de um milhão de pescadores, 300 mil aquicultores e gera 16 mil empregos diretos na indústria.
A Semana do Pescado, que acontece no segundo semestre para alavancar o consumo após a queda sazonal, busca promover o consumo de pescado o ano todo. É um evento de grande importância para o setor, demonstrada pelo seu crescimento ao longo dos anos. Com a participação de autoridades, empresas e consumidores, o objetivo é tornar o consumo de pescado uma prática frequente e disseminada por todo o Brasil.
*Com informações da Agência Brasil