Economia brasileira desacelera no segundo trimestre de 2023, aponta Banco Central
O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (14) que a atividade econômica brasileira desacelerou no segundo trimestre deste ano. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), houve um crescimento de apenas 0,43% de abril a junho em relação ao trimestre anterior, que foi de janeiro a março. Esses dados, que são ajustados para o período e consideram a sazonalidade, indicam uma desaceleração no ritmo de crescimento econômico do país.
Desempenho do primeiro trimestre e comparações com anos anteriores
No primeiro trimestre de 2023, o crescimento já havia sido de 2,41% em relação ao trimestre anterior, que foi de outubro a dezembro de 2022. Comparando com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 2,65%. Essa comparação é feita entre meses iguais e não é ajustada para o período.
Em junho de 2023, o IBC-Br apresentou um crescimento de 0,63%, alcançando 146,65 pontos. Comparando com junho de 2022, o crescimento foi de 2,10%, também sem ajuste para o período. No acumulado de 12 meses, o indicador ficou positivo em 3,35%.
O papel do IBC-Br e a influência na política monetária
O IBC-Br é utilizado pelo Banco Central como uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e auxilia na tomada de decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano. O índice considera informações sobre o nível de atividade dos setores da economia, como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
A Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom (Comitê de Política Monetária) aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que reflete nos preços. Juros mais altos tornam o crédito mais caro e estimulam a poupança, o que contribui para a redução da inflação. No entanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Redução da Selic e expectativas para a atividade produtiva
Diante da queda significativa da inflação, o Copom iniciou neste mês um ciclo de redução da Selic, o que deve estimular a atividade produtiva do país. A última vez em que o Banco Central reduziu a Selic foi em agosto de 2020, como uma resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19. Desde então, a taxa foi elevada em 12 vezes consecutivas e, a partir de agosto de 2022, manteve-se em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, em meio ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis.
IBC-Br e PIB: diferenças e perspectivas
O IBC-Br utiliza uma metodologia diferente para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Embora o índice seja utilizado na elaboração da estratégia da política monetária, ele não é uma prévia exata do PIB.
O resultado trimestral do IBC-Br indica que o valor do PIB do segundo trimestre de 2023 será divulgado em 1º de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país. Em junho, o IBGE anunciou que o PIB brasileiro havia crescido 1,9% no primeiro trimestre deste ano em comparação com os últimos três meses de 2022. Considerando o mesmo período do ano anterior, a economia brasileira teve um avanço de 4%, e nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 3,3%. Em 2022, o PIB do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões.
*Com informações da Agência Brasil