Dívida Pública Federal atinge marca de R$ 6,2 trilhões em agosto
A Dívida Pública Federal (DPF) alcançou um novo recorde em agosto, superando pela primeira vez a marca de R$ 6,2 trilhões. De acordo com informações divulgadas pelo Tesouro Nacional, o valor da DPF subiu de R$ 6,142 trilhões em julho para R$ 6,265 trilhões no mês passado, representando um avanço de 2,01%. Essa alta foi impulsionada pelo baixo volume de vencimentos de títulos.
Dívida Pública Mobiliária interna atinge R$ 6,028 trilhões
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), que compreende os títulos públicos negociados no mercado nacional, registrou um aumento de 1,94% em agosto, passando de R$ 5,913 trilhões para R$ 6,028 trilhões. Esse incremento ocorreu devido à emissão de R$ 59,73 bilhões a mais do que o resgate de títulos, especialmente os papéis prefixados e vinculados à Taxa Selic.
A DPMFi também foi influenciada pela apropriação de R$ 54,98 bilhões em juros, que incide sobre os títulos mensalmente e é reconhecida pelo governo. Com a Taxa Selic em 12,75% ao ano, essa apropriação de juros contribui para pressionar o endividamento do governo.
Baixo volume de vencimentos e emissões reduzidas impactam a DPF
Em agosto, ocorreu uma redução tanto no volume de vencimentos como nas emissões de títulos da DPMFi. Os resgates totalizaram R$ 33,822 bilhões, o menor valor desde julho. Porém, mesmo com essa diminuição, a diferença entre as emissões e os resgates voltou a ficar positiva, revertendo o resultado negativo registrado no mês anterior.
No mercado externo, a alta do dólar em agosto contribuiu para elevar o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) aumentou 3,71%, passando de R$ 237,46 bilhões para R$ 228,96 bilhões, sendo o principal fator dessa elevação o avanço de 3,8% da moeda norte-americana.
Colchão da dívida pública aumenta em agosto
O colchão da dívida pública, que consiste em uma reserva financeira utilizada em momentos de turbulência ou concentração de vencimentos, voltou a subir em agosto. Essa reserva passou de R$ 991,85 bilhões para R$ 1,025 trilhão, impulsionada pela emissão líquida de títulos no mês passado.
Atualmente, o colchão cobre 7,92 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,349 trilhão em títulos federais.
Mudança na composição da DPF
O baixo volume de vencimentos influenciou a composição da DPF. A proporção de papéis corrigidos pelos juros básicos teve um leve aumento, passando de 41,2% em julho para 41,39% em agosto. No entanto, essa porcentagem pode diminuir nos próximos meses devido ao ciclo de queda nos juros básicos da economia, que teve início em agosto.
Por outro lado, a parcela de títulos prefixados teve um aumento, passando de 24,65% para 25%. Esses títulos têm demanda mais alta em momentos de estabilidade econômica e o Tesouro voltou a emitir mais papéis prefixados nos últimos meses.
A participação dos títulos corrigidos pela inflação na DPF diminuiu, passando de 30,21% para 29,61%. Já o peso do câmbio na dívida pública aumentou de 3,93% para 4%.
Detentores da DPF
As instituições financeiras continuam sendo as principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 29% de participação no estoque. Em seguida, aparecem os fundos de investimento, com 24,9%, e os fundos de pensão, com 22,6%. Os não residentes (estrangeiros) possuem uma fatia de 9,3% na dívida pública, menor do que a registrada em fevereiro (9,8%). Outros grupos somam 14,3% de participação.
A Dívida Pública Federal é uma forma de o governo obter recursos emprestados dos investidores, comprometendo-se a devolver o montante com alguma correção após determinado período. A composição da dívida é influenciada por diversos fatores econômicos e financeiros, que impactam os vencimentos, as emissões e a participação dos diferentes tipos de títulos no estoque.
*Com informações da Agência Brasil