Recuo no preço dos alimentos beneficia famílias de baixa renda
Segundo o Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o recuo no preço dos alimentos e bebidas nos últimos 12 meses fez com que a inflação impactasse menos no orçamento das famílias de baixa renda em comparação com as de renda média e alta.
Inflação por faixa de renda
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma inflação de 5,19%. No entanto, para as famílias com renda muito baixa, esse índice foi de 3,9%, enquanto para as famílias de renda baixa foi de 4,45%.
De acordo com o Ipea, famílias com renda até R$ 2.015 por mês são consideradas de renda muito baixa, enquanto as de renda baixa estão na faixa de R$ 2.015 a R$ 3.022. Já nas famílias com rendas média-alta e alta, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 5,95% e 6,41%, respectivamente.
Alimentos
O custo dos alimentos foi o item que mais aliviou o peso no orçamento das famílias de baixa renda tanto na inflação acumulada de 12 meses quanto em setembro. É a quarta vez consecutiva que o preço da comida registra queda.
No mês de setembro, os preços do feijão (-7,6%), farinha de trigo (-3,3%), batata (-10,4%), carnes (-2,9%), aves e ovos (-1,7%), leite (-4,1%) e óleo de soja (-1,2%) foram os principais responsáveis por essa queda.
Esse alívio é mais sentido pelas famílias de baixa renda, devido ao peso desses itens em sua cesta de consumo. As famílias mais pobres gastam proporcionalmente mais com comida do que as mais ricas.
Outros gastos
No entanto, outros grupos de gastos também afetaram as famílias de todas as classes de renda. No mês passado, os reajustes de 1% nas tarifas de energia elétrica e de 2,8% na gasolina tiveram impacto em todos os grupos. Além disso, para as famílias de renda mais alta, o aumento de 13,5% nas passagens aéreas e de 4,6% nos transportes por aplicativo também contribuíram para uma alta mais significativa no grupo de transportes.
No acumulado dos últimos 12 meses, os grupos de transportes (1,63%) e saúde e cuidados pessoais (1,10%) foram os que mais pesaram no orçamento de todas as famílias. No entanto, as famílias de renda muito baixa sofreram menos impacto do que as de renda alta.
A inflação do grupo de transporte foi de 1,01% para as famílias de renda muito baixa, enquanto para as de renda alta foi de 1,94%. Já em relação à saúde e cuidados pessoais, a inflação foi de 1,01% para as famílias de renda muito baixa e 1,26% para as de renda alta.
*Com informações da Agência Brasil