Manifestantes têm prisão mantida após protesto na votação da privatização da Sabesp
Dois manifestantes detidos durante a votação da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tiveram a prisão mantida após audiência de custódia. Confira os detalhes dessa decisão e os desdobramentos do protesto.
Prisão mantida para manifestantes
Hendryll Luiz Rodrigues de Brito Silva, estudante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do Movimento Correnteza; e o professor Lucas Borges Carvente, do Movimento Luta de Classes, tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. Eles vão passar por exame de corpo de delito, pois relataram ao juiz violência policial.
Por outro lado, Vivian Mendes da Silva, presidente estadual da organização Unidade Popular, e o metroviário Ricardo Senese, do Movimento Luta de Classes, tiveram liberdade provisória concedida. Foi definida fiança no valor de um salário mínimo, além de medidas cautelares que devem ser seguidas.
Votação polêmica na Alesp
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou o Projeto de Lei 1.501/2023, que autoriza o governo estadual a vender o controle da Sabesp. A votação contou com 62 votos favoráveis e um contrário, de um total de 94 votos, com a ausência da participação de todos os deputados de oposição.
A sessão foi marcada por protestos de trabalhadores da companhia e organizações da sociedade civil contrárias à privatização. A votação chegou a ser suspensa devido aos protestos e confrontos com a Polícia Militar, mas foi retomada em seguida.
Desdobramentos e protestos
Os manifestantes foram autuados por lesão corporal, dano, associação criminosa, resistência e desobediência, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Integrantes do movimento que resiste à privatização fizeram uma vigília em frente ao 27º Distrito Policial (DP), no Campo Belo, protestando contra a prisão do grupo.
Durante a manhã, a advogada Raquel Brito, que acompanha o caso em assessoria aos manifestantes, classificou a prisão como “injusta” e afirmou que houve ilegalidades na condução das pessoas. Aqueles que se opõem à privatização aguardam a próxima movimentação em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, onde ocorreu a audiência de custódia.
*Com informações da Agência Brasil