O fortalecimento do complexo econômico-industrial da saúde no Brasil
Um dos principais objetivos do Brasil é deixar de depender da importação de máscaras de proteção em crises sanitárias, como a pandemia da covid-19, e reduzir a necessidade de comprar 90% dos insumos farmacêuticos ativos (IFA) de outros países para a fabricação de vacinas. Para alcançar esse objetivo, é necessário fortalecer o complexo econômico-industrial da saúde, o que traria consequências positivas para o país.
O debate sobre o fortalecimento da indústria da saúde
Um seminário realizado no Rio de Janeiro reuniu autoridades e especialistas para discutir o fortalecimento do complexo econômico-industrial da saúde no Brasil. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, destacou que o setor representa 9,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e 7,4% do emprego no país. Ele defendeu que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja um importante impulsionador dessa indústria.
O complexo econômico-industrial da saúde
O complexo econômico-industrial da saúde engloba as indústrias responsáveis pela produção de medicamentos, vacinas, reagentes químicos para exames, hemoderivados e materiais utilizados em clínicas e hospitais. Mercadante destacou a importância de investir na inovação desse setor, comparando-o ao sucesso da Embraer na fabricação de aviões.
Recursos para o setor
O BNDES está empenhado em financiar projetos de inovação e parcerias público-privadas (PPPs) para impulsionar a indústria da saúde. Mercadante assegurou que não faltarão recursos para esse objetivo. Ele também sugeriu que o governo reveja a redução tarifária para produtos importados, visando estimular a produção nacional e torná-la competitiva. Além disso, o presidente do BNDES destacou o apoio às PPPs para a construção de hospitais, onde a iniciativa privada cuidaria da infraestrutura enquanto o SUS se responsabilizaria pelo atendimento à população.
A fragilidade do setor no Brasil
O fortalecimento do complexo econômico-industrial da saúde é uma prioridade do Ministério da Saúde. Durante a pandemia, o país mostrou-se fragilizado ao depender de importações de itens básicos, como máscaras e ventiladores, e tecnologias sofisticadas, como vacinas e medicamentos. O déficit comercial nesse setor atingiu um recorde de US$ 20 bilhões em 2021, mostrando a necessidade de uma mudança nesse cenário.
Uma estratégia nacional de fortalecimento da indústria da saúde
Em 28 de setembro, será lançada uma estratégia nacional de fortalecimento da indústria da saúde, elaborada pelo Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). Essa estratégia contará com políticas de fomento e programas de investimento. O objetivo é liderar uma política de desenvolvimento ousada, na qual a economia, a inovação e a tecnologia estejam a serviço da vida.
O fortalecimento do complexo econômico-industrial da saúde no Brasil é essencial para garantir a soberania do país no cenário internacional. Com uma maior capacidade de produção e inovação nesse setor, o Brasil poderá reduzir sua dependência de outros países e se tornar referência na fabricação de medicamentos e equipamentos de saúde. Para alcançar esse objetivo, é fundamental o envolvimento do SUS e do BNDES, bem como a revisão das políticas de importação e o estímulo à produção nacional.
*Com informações da Agência Brasil