Previsão de crescimento da economia brasileira sobe para 2,92%
Pela quinta semana consecutiva, o mercado financeiro elevou a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano, passando de 2,89% para 2,92%. Essa estimativa faz parte do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, que traz projeções para os principais indicadores econômicos do país.
Expectativas para os próximos anos
Para o próximo ano, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país, cresça 1,5%. Já para os anos de 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.
Em um resultado acima das projeções, no segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o crescimento foi de 3,4%.
Em um período de 12 meses, o PIB acumulou alta de 3,2%. No primeiro semestre deste ano, a alta acumulada foi de 3,7%.
Inflação
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, permaneceu em 4,86% no boletim Focus mais recente. Para o ano de 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,86%, enquanto para os anos de 2025 e 2026 a previsão é de 3,5% para ambos os anos.
Essa previsão para a inflação de 2023 está acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior é de 4,75%.
De acordo com o Banco Central, no último Relatório de Inflação, a probabilidade de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta estabelecida, que é de 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No mês de agosto, o IPCA registrou uma elevação de 0,23%, influenciado pelo aumento do custo da energia elétrica, segundo dados do IBGE. Esse índice é maior do que o registrado em agosto do ano passado, quando houve uma deflação (queda de preços) de 0,36%.
O acumulado da inflação no ano pelo IPCA é de 3,23%. Em um período de 12 meses, a inflação acumulada é de 4,61%.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic, que está fixada em 12,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Em função do comportamento dos preços, o BC reduziu os juros pela segunda vez no semestre.
Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic em 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário iniciado devido ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por sete vezes seguidas, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano no período de agosto do ano passado a agosto deste ano.
Antes do início do ciclo de alta dos juros, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo desde que a série histórica teve início em 1986. Com o impacto da contração econômica causada pela pandemia de Covid-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no seu menor patamar entre agosto de 2020 e março de 2021.
De acordo com as projeções do mercado financeiro, a taxa Selic deve encerrar este ano em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a intenção é conter a demanda aquecida, o que causa reflexos nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. No entanto, além da Selic, os bancos levam em consideração outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como o risco de inadimplência, lucratividade e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Por outro lado, quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e impulsionando a atividade econômica.
Por fim, a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar é de R$ 4,95 para o final deste ano. Já para o final de 2024, a estimativa é que a moeda americana fique em R$ 5.
*Com informações da Agência Brasil