Tesouro Nacional capta US$ 4,5 bilhões com aumento de juros em emissões
O Tesouro Nacional obteve sucesso na captação de US$ 4,5 bilhões de investidores internacionais em seu mais recente lançamento de títulos da dívida externa. As emissões realizadas nesta segunda-feira (22) resultaram em US$ 2,25 bilhões em papéis com vencimento em 2034 e US$ 2,25 bilhões em títulos com vencimento em 2054.
O rendimento dos papéis de dez anos atingiu 6,35% ao ano, representando um aumento em comparação com o lançamento anterior em abril do ano passado, quando a taxa atingiu 6,15% ao ano. Apesar do aumento nas taxas, fontes do Tesouro informaram que os números ficaram abaixo das expectativas, que apontavam para uma taxa de 6,5% ao ano.
Para os títulos de 30 anos, a taxa alcançou 7,15% ao ano, marcando um aumento significativo em relação à última emissão em junho de 2021, quando os juros atingiram 4,925% ao ano. Este aumento é atribuído principalmente aos juros nos Estados Unidos, que aumentaram após permanecerem em níveis historicamente baixos durante a pandemia de covid-19.
Impacto dos juros nos Estados Unidos
O aumento dos juros básicos nos Estados Unidos, mantidos entre 5,25% e 5,5% ao ano desde julho do ano passado, teve um impacto direto nas taxas dos títulos brasileiros. Como a taxa dos títulos norte-americanos influencia o rendimento dos investimentos considerados mais seguros do mundo, as taxas para os papéis brasileiros também subiram.
Em momentos de crise econômica e aumento das taxas externas, os estrangeiros passaram a exigir juros mais elevados para adquirir papéis brasileiros. Por outro lado, taxas mais baixas indicam maior confiança dos investidores na capacidade de pagamento da dívida do Brasil.
Por meio das emissões de títulos da dívida externa, o governo brasileiro obtém empréstimos de investidores internacionais, comprometendo-se a devolver os recursos com juros ao longo dos anos. O valor captado será incorporado às reservas internacionais do país no final de janeiro.
Spread e objetivos das emissões
O spread, que é a diferença entre os títulos brasileiros e norte-americanos com o mesmo prazo, registrou variações em relação às últimas emissões. A diferença para os papéis de dez anos diminuiu para 225 pontos-base e para os títulos de 30 anos ficou em 282 pontos. Segundo o Tesouro Nacional, os recursos captados não visam apenas reforçar as reservas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que buscam financiamento no mercado internacional.
O Tesouro Nacional obteve US$ 4,5 bilhões na mais recente emissão de títulos da dívida externa, com taxas de juros mais elevadas em relação às últimas emissões. A captação reflete a confiança dos investidores estrangeiros no país, mesmo diante do cenário econômico global desafiador.
*Com informações da Agência Brasil