A Convenção Batista do Sul (SBC), a maior denominação evangélica dos Estados Unidos, rejeitou a proposta de proibição oficial de pastoras em uma votação histórica realizada recentemente. A medida não foi aprovada, pois não alcançou a maioria absoluta de dois terços necessária, recebendo apenas 61% dos votos dos delegados.
Proposta e Contexto
A proposta visava incluir na constituição da igreja a exigência de que apenas homens pudessem ocupar os cargos de pastor ou presbítero em igrejas filiadas à SBC. Esta iniciativa foi vista como uma tentativa de reforçar as normas tradicionais dentro da denominação.
Os opositores da proposta argumentaram que a medida era desnecessária, uma vez que a denominação já possui mecanismos para lidar com igrejas que permitem mulheres no pastorado. No ano passado, por exemplo, a SBC expulsou a megaigreja Saddleback, da Califórnia, por ter mulheres em posições pastorais.
Debate e Reações
Spence Shelton, pastor da Mercy Church, afirmou que os mecanismos atuais são suficientes para tratar essa questão. “Mostramos que os mecanismos que temos atualmente são suficientes para lidar com esta questão”, disse Shelton, refletindo a opinião de muitos que consideram a emenda redundante.
Por outro lado, Mike Law, pastor da Igreja Batista de Arlington na Virgínia e autor da emenda, defendeu a necessidade de uma postura mais clara. Law afirmou que há cerca de 1.800 mulheres pastoras atuando na denominação, citando passagens bíblicas que, segundo ele, limitam o ofício pastoral aos homens. Ele também enfatizou que as mulheres podem servir em outras áreas da igreja. “A nossa cultura pode considerar esta proibição dura, mas o nosso Deus é todo sábio e escreveu esta palavra para o florescimento de homens e mulheres”, acrescentou Law.
Declaração Doutrinária Mantida
Apesar da proposta não ser aprovada, a Convenção Batista do Sul mantém sua declaração doutrinária de 2000, que estabelece que o cargo de pastor é reservado apenas para homens. Esta votação foi uma das mais aguardadas da reunião anual da SBC, refletindo anos de debate intenso sobre o papel das mulheres no ministério.
Perspectivas Futuras
Segundo o AP News e com informações do guiame, Dwight McKissic, um pastor negro do Texas que apoia mulheres no ministério sob a liderança de um pastor, celebrou a rejeição da medida. “Deus ama as mulheres demasiado para permitir restrições antibíblicas, que violam a autonomia da igreja local, para impedir que as mulheres recebam e utilizem dons espirituais. A supremacia masculina não governava a ordem do dia”, declarou ele em uma postagem no X (antigo Twitter).