Uma nova pesquisa da Gallup indica uma mudança significativa na visão dos americanos sobre o casamento. Conforme a pesquisa, 71% dos americanos acreditam que o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo deveria ser legal, e 64% consideram os relacionamentos homossexuais moralmente aceitáveis. Esses números representam o dobro do que se observava há apenas uma geração. Entre aqueles que frequentam a igreja semanalmente, 41% apoiam o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 67% dos frequentadores menos assíduos demonstram concordância.
Como essa mudança aconteceu?
Essa aceitação crescente, inclusive entre frequentadores de igrejas, levanta a questão de como uma visão do casamento, considerada impensável há poucas décadas, se tornou tão comum.
O texto aponta diversos fatores culturais que contribuíram para essa mudança, sendo o principal deles o controle da natalidade. A invenção e a ampla aceitação da pílula anticoncepcional no século 20 romperam a compreensão tradicional do casamento como um pacote que incluía sexo e filhos. Para que o sexo fosse visto como moralmente separado do casamento, era preciso desassociá-lo da consequência natural e boa de uma nova vida. Como resultado, a promiscuidade se tornou socialmente aceitável, e o prazer e romance tomaram o lugar do compromisso e dos filhos como características definidoras do casamento.
Influência da mídia e tecnologia
A cultura de Hollywood também desempenhou um papel importante. As sitcoms populares dos anos 80 focavam na família. Já nos anos 90, séries como “Sex and the City” e “Friends” retratavam um mundo idealizado, hipersexualizado, hiper-romântico e sem compromisso. Filmes e programas iniciaram os espectadores no que o Dr. Thaddeus Williams chamou de “culto do eu”, onde “seguir o seu coração” é o objetivo mais importante da vida. Em uma cultura embriagada por esses ideais, o slogan simplista e comprovadamente falso do movimento dos direitos gays, “amor é amor”, passou a fazer todo o sentido.
As tecnologias digitais também colocaram lenha na fogueira. A “nova mídia”, que combina internet, redes sociais e smartphones, acelerou a mudança de visão sobre casamento e sexo. Como observou o autor Samuel James, o mundo online colocou os usuários no centro do universo e deu-lhes “liberdade ilimitada para transformar fantasia em realidade”. Esse poder reforçou e incentivou visões liberais sobre sexo e casamento, colocando o prazer e o romance não no centro do casamento, mas no centro do próprio indivíduo.
Legalização do casamento homossexual
Nesse contexto cultural, a legalização do casamento homossexual era vista como inevitável. A decisão histórica de 2015 refletiu o que muitos já acreditavam: o casamento é principalmente sobre romance, prazer e realização pessoal. Os filhos são opcionais. Se o casamento não está fundamentalmente ligado à procriação, por que limitá-lo a duas pessoas do sexo oposto? E, em um próximo estágio inevitável em que vivemos atualmente, por que limitar a apenas duas pessoas?
Conforme publicado na Christian Headlines, a lei também funciona como um educador social. Quando algo se torna legal, torna-se mais aceitável socialmente. A decisão da Suprema Corte em Obergefell v. Hodges não apenas refletiu crenças culturais, mas também as difundiu. Isso explica a aceitação crescente da homossexualidade e do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, tanto dentro quanto fora da Igreja. Embora a maioria dos frequentadores fiéis da igreja ainda se apegue à visão cristã do casamento entre um homem e uma mulher, essa maioria está diminuindo.
Desafio para os cristãos
Essa tendência se deve aos mesmos fatores culturais mencionados anteriormente. Muitos cristãos americanos não consideraram cuidadosamente a conexão inerente entre sexo, casamento e filhos. A maioria usa a tecnologia digital tanto quanto e da mesma forma que o resto da cultura. Todos nós vivemos na era pós-Obergefell, na qual uma má decisão está nos ensinando ideias erradas.
O texto finaliza com um chamado aos cristãos para permanecerem firmes na visão bíblica do casamento e oferece recursos para aqueles que buscam viver conforme os valores cristãos em um mundo secularizado.