Universidades cristãs nos Estados Unidos enfrentam uma encruzilhada no atual debate sobre “wokeness”, um termo que se tornou central nas discussões sobre questões raciais, sociais e políticas. Este termo tem sido cada vez mais utilizado em discursos políticos, eleições presidenciais e debates sociais, refletindo as tensões presentes nas instituições de ensino superior.
Nos últimos anos, esse termo tornou-se controverso, especialmente com líderes políticos, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, adotando-o para mobilizar apoiadores e definir sua postura contra causas progressistas no estado.
Segundo o baptisnews, essa polarização tem transformado os campi universitários em campos de batalha para essas ideias, colocando pressão sobre as universidades cristãs para tomarem posição sobre questões como raça, diversidade e sexualidade. Há incentivos políticos e de matrícula em ambos os lados do espectro ideológico, o que influencia a abordagem das instituições no enfrentamento das questões raciais em sala de aula e na manutenção de uma imagem conservadora.
Antes mesmo do debate sobre a liberdade de expressão nos campi, a batalha em torno do conceito mal definido de “wokeness” já causava tensões e incompreensões.
Um exemplo desse embate ocorreu na Palm Beach Atlantic University (PBAU), onde o ex-professor Sam Joeckel alega ter sido afastado de seu cargo após incluir em seu currículo um tópico sobre justiça racial. Ele argumenta que a universidade adotou uma postura mais alinhada à direita política da Flórida, o que teria impactado em sua demissão.
Entretanto, a PBAU emitiu uma declaração negando as alegações de Joeckel, afirmando que ele não foi demitido por suas crenças políticas, mas por questões de desempenho.
Este cenário reflete o desafio das instituições de encontrar um equilíbrio entre o discurso inclusivo e a liberdade acadêmica, levantando questões sobre o papel das universidades cristãs em debates sociais e políticos.