Em um feito inédito para a comunidade cristã no Paquistão — país classificado em 8º lugar na Lista Mundial de Observação de 2025 da Portas Abertas —, uma escola cristã fundada pela Missão Doulos recebeu a certificação oficial do governo islâmico. A conquista é um marco de esperança em meio à perseguição religiosa.
A ideia de fundar a escola surgiu de um sonho do pastor Progba, coordenador local da Missão Doulos. Segundo Jairo Silva, um dos diretores da missão, Progba sofreu perseguição durante sua adolescência por ser cristão em escolas islâmicas, conhecidas como Madrassas.
Em 2005, com formação em pedagogia, o pastor formalizou o pedido para abrir a escola. Apesar de um orfanato que ele também fundou na época ter sido fechado por falta de recursos, a escola prosperou e, com apoio de parceiros a partir de 2010, se fortaleceu. A iniciativa é considerada pioneira, por ser a primeira escola cristã criada por nativos na região.
Impacto na sociedade
Quase duas décadas após a fundação, a escola já formou mais de 3 mil alunos. O impacto é visível: muitos ex-alunos conseguiram ingressar em universidades e romperam a “bolha anti-cristã” da sociedade paquistanesa.
Um dos casos de destaque é o filho de um pastor local, que se classificou entre os dez estudantes mais inteligentes do Paquistão. Ele se tornou o primeiro cristão a ser aceito na principal universidade de medicina do país, que é uma instituição militar.
A escola, que também oferece aulas de inglês, computação e informática, é bem avaliada pelo governo, com uma média acima de 8,5 pontos. A conquista mais recente foi a maior certificação já concedida a uma organização cristã no país.
Segundo o guiame, essa aprovação garante à Missão Doulos a liberdade para abrir outras escolas, projetos sociais e igrejas na província de Punjab sem a necessidade de liberação prévia de órgãos locais. “Pouquíssimas ou raríssimas instituições têm essa liberação”, testemunhou Jairo. Segundo ele, o reconhecimento demonstra o impacto positivo da escola na sociedade paquistanesa, ao ponto de o governo não poder negar o trabalho da igreja na melhoria da educação.