Líderes evangélicos da Europa manifestaram surpresa, preocupação e, em alguns casos, indignação diante das recentes decisões do novo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump. Em entrevista ao Evangelical Focus, Jan Wessels, cossecretário-geral da Aliança Evangélica Europeia (EEA), comentou sobre o impacto dessas mudanças.
A EEA representa cerca de 23 milhões de evangélicos na Europa e possui uma filial voltada à ação sociopolítica em Bruxelas. O movimento condenou a invasão russa à Ucrânia há três anos e continua pedindo orações e apoio às vítimas do conflito.
Exclusão da Ucrânia preocupa líderes cristãos
Wessels criticou a exclusão da Ucrânia e da Europa das negociações de paz, considerando-a “lamentável”. Segundo ele, o país invadido não deveria ser deixado de fora de conversas decisivas. “A Ucrânia sofreu muito, e a paz precisa ser baseada na justiça e no respeito às leis internacionais”, afirmou.
Ele destacou que, apesar das dificuldades, a EEA mantém contato com evangélicos russos, reconhecendo que o cenário é desafiador. “Queremos que eles prosperem e compartilhem o Evangelho livremente, mas também enfrentamos resistência”, explicou.
Unidade e discipulado cristão
Diante da polarização política e da secularização crescente na Europa, Wessels enfatizou a importância da unidade entre os evangélicos. Segundo ele, o foco atual deve estar no discipulado, fortalecendo os cristãos para enfrentarem os desafios contemporâneos.
Sobre o impacto do afastamento entre EUA e Europa, ele alertou para possíveis dificuldades em parcerias missionárias, mas acredita que o diálogo e o amor cristão podem superar essas barreiras. “Não devemos ser guiados pelo medo, mas pela esperança”, concluiu.