Assembleia Geral da ONU discute conflito entre Israel e Hamas
A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) se reuniu nesta quinta-feira (26) para discutir o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a região da Faixa de Gaza. A reunião tem como objetivo avaliar uma resolução que pede um “cessar-fogo imediato” em Gaza. Representantes de 193 países participam desse encontro que deve continuar até sexta-feira (27).
Reunião de emergência convocada para buscar acordo de cessar-fogo
Diante dos impasses no Conselho de Segurança da ONU, países que apoiam o fim da guerra no Oriente Médio convocaram uma reunião de emergência da Assembleia Geral. O objetivo é buscar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
No Conselho de Segurança, países como Estados Unidos e Rússia têm o poder de veto sobre as resoluções. Já na Assembleia Geral, basta o voto da maioria dos países para aprovar um texto.
Palestina pede cessar-fogo imediato
Durante a reunião, Riyad Mansour, observador permanente da Palestina junto às Nações Unidas, fez um apelo emocionado pelo cessar-fogo imediato. Ele questionou o tratamento diferenciado dado às vítimas israelenses e palestinas, destacando a morte de mais de 7 mil palestinos desde o início do conflito.
Mansour indagou sobre os motivos de tanta dor ser sentida pelas mortes de israelenses e tão pouca dor pelas mortes de palestinos. Ele questionou se o problema seria a religião, a cor de pele, a nacionalidade ou a origem.
O discurso de Mansour foi interrompido diversas vezes por aplausos.
Representante de Israel reforça objetivo de erradicar o Hamas
Por outro lado, o representante de Israel, Gilad Erlan, se manifestou de forma contrária a uma resolução de cessar-fogo. Ele comparou o Hamas, responsável por ataques que resultaram na morte de 1.400 israelenses, a um câncer.
Erlan deixou claro que a missão de Israel é erradicar o Hamas e suas capacidades. Ele afirmou que usarão todo o tempo necessário para alcançar esse objetivo, pois acredita que a única solução para combater esse “câncer” é a extirpação de cada célula.
Durante o discurso, a audiência permaneceu em silêncio.
Ministro do Irã ameaça os Estados Unidos
O ministro das relações exteriores do Irã, Hossein Amir-Abollahian, também se pronunciou nessa quinta-feira. Ele ameaçou os Estados Unidos, principal aliado de Israel, afirmando que o país não será poupado caso o genocídio em Gaza continue.
Amir-Abollahian deixou claro que não consideram bem-vinda a expansão da guerra na região, mas alertou que os Estados Unidos não serão poupados se o genocídio em Gaza persistir. Ele ressaltou que o Oriente Médio é a região do Irã.
Na reunião do Conselho de Segurança, o representante dos Estados Unidos, Antony Blinken, já havia ameaçado o Irã a não se envolver no conflito.
Resolução da Assembleia Geral e o possível isolamento de Israel
Caso a resolução seja aprovada pela Assembleia Geral, é importante destacar que Israel não é obrigado a seguir a recomendação da ONU. No entanto, a votação pode evidenciar o isolamento do país na guerra.
Essa reunião na ONU representa uma tentativa de buscar uma solução pacífica para o conflito entre Israel e o Hamas, mas os resultados finais ainda são incertos.
*Com informações da Agência Brasil