Ministro das Relações Exteriores de Israel critica declarações do secretário-geral da ONU
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, rebateu nesta terça-feira (24) as críticas do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sobre a guerra no Oriente Médio.
Ao falar na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, o secretário-geral condenou os ataques do Hamas no último dia 7 de outubro e pediu a libertação imediata dos reféns em poder do grupo. Ao mesmo tempo, Guterres afirmou que esses atos não justificam o “castigo coletivo” que Israel estaria impondo à população da Faixa de Gaza.
Israel tem o direito de se defender
Em resposta, o ministro Eli Cohen destacou os ataques sofridos por Israel, com mais de 1,4 mil mortos e mais de 200 pessoas feitas reféns pelo Hamas. Cohen questionou em que mundo o secretário-geral vive, afirmando que esse não é o mundo de Israel.
Cohen ressaltou que Israel não tem apenas o direito, mas o dever de se defender dos ataques do Hamas. Ele argumentou que, diante da disposição do grupo em matar e destruir a existência de Israel, não é possível estabelecer um acordo de cessar-fogo. Cohen afirmou que a resposta proporcional ao massacre de 7 de outubro seria a destruição total de todos os membros do Hamas.
Críticas nas redes sociais
Nas redes sociais, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a renúncia de Guterres e acrescentou que “não há qualquer justificação ou sentido em falar com aqueles que demonstram compaixão pelas mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu”.
Após a sessão na ONU, o chanceler israelense cancelou uma reunião que teria com Guterres nesta terça-feira. Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil afirmou que as declarações do secretário-geral dão a entender que há alguma justificação para as atrocidades cometidas pelo Hamas.
Regras da guerra
Na reunião do Conselho de Segurança da ONU, António Guterres exigiu que todas as partes cumpram suas obrigações previstas no direito humanitário internacional. Ele enfatizou que até mesmo as guerras têm regras, como a necessidade de proteger os civis e os hospitais.
Guterres criticou a ordem de Israel para evacuar 1 milhão de pessoas do norte para o sul de Gaza, onde não há estrutura adequada para recebê-las, enquanto continua bombardeando as cidades do sul. O secretário-geral mostrou preocupação com as violações do direito humanitário que estão ocorrendo em Gaza e enfatizou que nenhum lado em um conflito armado está acima dessas leis.
Apelo pela paz
O secretário-geral da ONU pediu um cessar-fogo imediato e destacou a necessidade de uma ajuda humanitária mais robusta. Ele defendeu que a solução para uma paz duradoura é a criação de dois Estados, um para israelenses e outro para palestinos.
Autoridade Palestina agradece ao Brasil
O ministro de Assuntos Exteriores e Expatriados da Palestina, Riyad al-Malik, agradeceu ao Brasil por ter convocado a reunião do Conselho de Segurança da ONU e pediu o fim do massacre contra o povo palestino. Ele ressaltou que o Conselho de Segurança e a comunidade internacional têm a obrigação de interromper essa guerra.
*Com informações da Agência Brasil