Brasil lamenta veto dos EUA a resolução da ONU sobre conflito em Israel e Gaza
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) expressou sua lamentação pelo veto do governo dos Estados Unidos (EUA) à resolução negociada pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para tratar do conflito em Israel e Gaza. Infelizmente, a proposta não foi aprovada devido a esse veto.
Governo brasileiro pede cessar-fogo e retomada do processo de paz
Em nota oficial, o Itamaraty declarou que o governo brasileiro lamenta o uso do veto, que impediu o órgão internacional responsável pela segurança e paz mundial de agir diante da crise humanitária em Israel e Gaza. O Brasil considera urgente que a comunidade internacional estabeleça um cessar-fogo e retome o processo de paz na região.
O Ministério das Relações Exteriores também ressaltou a tentativa do Brasil de reduzir a polarização em torno do conflito, buscando acomodar posições e interesses divergentes. O país apresentou um texto capaz de proteger os civis e garantir o acesso humanitário à população de Gaza.
Proposta condenava atos do Hamas e pedia ajuda humanitária
A proposta apresentada pelo Brasil condenava os atos do Hamas contra Israel, classificando-os como atos terroristas. Além disso, a resolução apelava pela libertação imediata e incondicional de reféns civis e solicitava uma pausa no conflito para que ajuda humanitária pudesse ser enviada a Gaza.
A resolução também exigia o fornecimento contínuo de artigos médicos, água e alimentos para a população civil. Além disso, pedia a rescisão da ordem de evacuação de civis e funcionários da ONU na região de Gaza ao norte de Wadi Gaza.
A proposta teve o apoio de 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança, porém o veto dos Estados Unidos, membro permanente, impediu sua aprovação. A Rússia, outro membro com direito a veto, se absteve de votar.
Chanceler brasileiro destaca divisão de opiniões
O chanceler Mauro Vieira explicou que, como presidente do Conselho de Segurança, o Brasil foi solicitado pela maioria dos membros a redigir a proposta, buscando acomodar as diferentes visões sobre o conflito. No entanto, a divisão de opiniões ficou clara e a aprovação não foi possível.
Vieira ressaltou que a diplomacia brasileira fez todos os esforços para cessar as hostilidades e oferecer assistência humanitária às populações locais e brasileiros presentes na região. A preocupação do Brasil sempre foi humanitária nesse momento delicado.
Estados Unidos defendem o direito de Israel se autodefender
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, após a votação, mencionou que o presidente Joe Biden esteve no Oriente Médio e que é necessário permitir que a diplomacia aconteça. Por sua vez, destacou o desapontamento dos EUA pelo fato da resolução não mencionar o direito de Israel de se autodefender.
Thomas-Greenfield reforçou que Israel, como qualquer outro país, possui o direito de se defender. A resolução rejeitada pela Rússia também não condenava diretamente o Hamas pelos atos de violência contra Israel.
Composição do Conselho de Segurança e processo de aprovação de resoluções
O Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Além disso, há membros rotativos, como o Brasil, que possuem direito a voto. Para a aprovação de uma resolução, é necessário o apoio de pelo menos nove dos quinze membros, e nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.
Infelizmente, a veto dos Estados Unidos impediu a aprovação da resolução proposta pelo Brasil. A situação no Oriente Médio continua delicada, e o Brasil reafirma seu apelo por um cessar-fogo imediato e a retomada do processo de paz.
*Com informações da Agência Brasil