Profissionais de saúde fazem apelo ao Conselho de Segurança da ONU pelo resgate de vítimas civis em conflito no Oriente Médio
Um apelo foi feito pelos profissionais de saúde de todo o mundo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, solicitando o resgate das vítimas civis envolvidas no conflito entre Israel e o Hamas, no Oriente Médio. Esse apelo foi iniciativa da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, uma organização que reúne entidades sanitaristas de 130 países, representando aproximadamente 5 milhões de profissionais de saúde.
A carta enviada enfatiza que a maioria das cerca de 10 mil vidas perdidas e mais de 15 mil pessoas feridas, mutiladas ou incapacitadas são civis inocentes, especialmente crianças, mulheres e idosos. Nesse sentido, a carta destaca a necessidade urgente de ações para garantir a saúde e a vida dessas pessoas.
Iniciativa da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública
A Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, em seu apelo ao Conselho de Segurança da ONU, direcionou a carta ao presidente do Conselho de Segurança, ao secretário-geral da ONU, ao presidente de Israel, ao primeiro-ministro de Israel, a autoridades palestinas, ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, ao papa Francisco e aos ministros da Saúde das nações envolvidas.
A carta foi enviada no mesmo dia em que o Conselho de Segurança se reúne pela terceira vez em pouco mais de uma semana para discutir a aprovação de uma resolução que possibilitará a assistência humanitária na Faixa de Gaza, que está enfrentando uma situação crítica.
Ações emergenciais solicitadas pela Federação Mundial de Associações de Saúde Pública
A Federação Mundial de Associações de Saúde Pública solicita, em seu apelo, que a ONU e as autoridades israelenses e palestinas tomem medidas para levar mulheres e crianças a locais seguros. Essas medidas poderiam incluir a utilização de hospitais em terra, navios-hospitais ou embarcações supervisionadas pelas Nações Unidas. Além disso, o apelo destaca a urgência em fornecer alimentos, energia, água e insumos de saúde, que estão praticamente esgotados.
A destruição de serviços essenciais de saúde, instalações hospitalares, interrupção de acesso a água potável, alimentos e suprimentos de saúde também é mencionada na carta. Os profissionais de saúde enfatizam a importância desses serviços para garantir a vida das pessoas e pedem a retomada dessas atividades.
Entrevista com o médico sanitarista Paulo Buss
O médico sanitarista Paulo Buss, diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), participou dessa mobilização internacional e relatou o cenário de “absoluto terror” vivido pelos profissionais que atuam em Gaza.
Buss destaca a superlotação dos hospitais, a falta de enterros adequados dos corpos e a quantidade de pessoas que tentam se abrigar nas proximidades dos hospitais como sinais do caos que atinge a região. Ele estima que o número de mortos pode chegar a 50 mil nas próximas semanas se nenhuma ação for tomada.
O médico também ressalta que as mulheres, crianças, adolescentes e idosos são os mais afetados pelo conflito, sofrendo ferimentos grave, mutilações e consequências graves para a saúde mental e emocional.
*Com informações da Agência Brasil