Investigação da Polícia Rodoviária Federal sobre a morte da menina Heloísa de 3 anos
Dois Processos Administrativos Disciplinares (PAD) foram abertos para investigar o envolvimento de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A criança foi baleada no feriado de 7 de setembro e faleceu após 8 dias internada. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que os processos estão em andamento na Corregedoria Nacional da PRF, em Brasília.
Apuração do evento letal na rodovia e da presença dos policiais no hospital
Um dos PADs tem o objetivo de investigar o evento letal que ocorreu na rodovia, enquanto o outro irá tratar da presença dos policiais no hospital onde Heloísa estava internada. O ministro destacou que o fim do processo está próximo e que a decisão será baseada nas provas obtidas durante a investigação.
Morte de Heloísa por policiais rodoviários federais
Heloísa foi atingida por tiros na cabeça, ombro e pescoço enquanto estava em um carro com sua família. Os disparos partiram de uma viatura da PRF. Flávio Dino classificou o episódio como “absurdo” e ressaltou que a conduta dos agentes vai contra as normas estabelecidas pela própria PRF. De acordo com as normas, é proibido que um agente, diante da não parada de um veículo, dispare sua arma de fogo.
Investigação da presença dos policiais no hospital
Segundo o ministro, as informações iniciais indicam que várias equipes da PRF estiveram no hospital com diferentes objetivos. Algumas equipes eram da Comissão de Direitos Humanos da corporação, enquanto outras foram até o local para realizar a perícia no veículo atingido pelos tiros. O PAD tem como finalidade apurar se a presença dos policiais no hospital estava de acordo com as diretrizes da PRF ou se houve alguma conduta ilegal, como uma tentativa de ameaça à família.
Esforço do governo para reduzir mortes em ocorrências com a PRF
O ministro Flávio Dino apresentou dados sobre o número de mortes relacionadas a ocorrências envolvendo a PRF. Em 2023, foram registradas oito mortes, em comparação com as 44 ocorridas em 2022. Dino afirmou que o governo está empenhado em reduzir o número de mortes causadas por ações policiais na corporação. Ele ressaltou que existe um esforço sincero nesse sentido e que o objetivo é atingir o número zero.
Operação Shamar no combate à violência contra a mulher
O ministro também apresentou dados sobre a Operação Shamar, que é voltada para o combate à violência doméstica e ao feminicídio. Durante a operação, que ocorreu entre 21 de agosto e 15 de setembro, mais de 8,4 mil pessoas foram presas, sendo 7.052 em flagrante por violência doméstica e 1.432 por mandados de prisão. Além disso, foram apreendidas 473 armas de fogo nesse período.
O investimento na operação foi de aproximadamente R$ 3 milhões, que foram destinados às secretarias estaduais de Segurança Pública. Esses recursos foram utilizados para o pagamento de diárias de policiais militares e civis, reforçando o efetivo para as ações policiais da operação.
Em caso de suspeita ou violação dos direitos da mulher, é recomendado procurar uma delegacia especializada ou ligar para o número 190. Também é possível entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher do Ministério das Mulheres pelo número 180, que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. As denúncias podem ser feitas tanto pelas mulheres como por testemunhas da violência. O serviço também está disponível no WhatsApp, pelo número (61) 99610-0180.
*Com informações da Agência Brasil