Recentemente, um grave incidente de intolerância religiosa ocorreu na cidade de Sargodha, na província de Punjab, Paquistão. Conforme a AP News e com informações do guiame, cem muçulmanos foram presos após atacarem cristãos e incendiarem uma casa. A motivação para o ataque foi a acusação de que um cristão de 70 anos havia profanado o Alcorão.
A multidão enfurecida cercou a residência do idoso, incendiando-a com uma fábrica de sapatos. Durante o ataque, o cristão acusado e seu filho foram espancados, assim como outros cristãos presentes no local. A polícia local descreveu a situação como altamente volátil, com a multidão exigindo que o suposto blasfemador fosse entregue a eles.
Resgate e Reforço da Segurança
Em resposta ao ataque, a polícia de Punjab realizou uma operação de resgate, conseguindo salvar cerca de 10 cristãos, incluindo o pai e o filho agredidos. Todos foram levados ao hospital para receber atendimento médico. Durante a operação, vários policiais ficaram feridos devido a pedras e tijolos lançados pela multidão enfurecida.
As autoridades informaram que a segurança foi reforçada nas igrejas da região para prevenir novos ataques. O oficial de polícia Assad Ijaz afirmou que as investigações sobre o caso estão em andamento, e os responsáveis serão levados à justiça.
Blasfêmia no Paquistão
O Paquistão é conhecido por suas rígidas leis de blasfêmia, que frequentemente são usadas de maneira abusiva para resolver disputas pessoais. Conforme o Morning Star News, os acusados de blasfêmia costumam ser mantidos sob custódia até que seus julgamentos e recursos sejam concluídos. Blasfemar contra Maomé, o profeta do Islã, é punível com a morte, e condenações podem ocorrer com base em evidências mínimas.
Essas leis são frequentemente manipuladas para vingança pessoal ou para resolver disputas financeiras, de propriedade ou comerciais. Uma única acusação pode incitar uma multidão a agir violentamente contra os suspeitos. Em agosto de 2023, a cidade de Jaranwala testemunhou ataques similares, onde igrejas e casas de cristãos foram incendiadas após acusações de blasfêmia contra dois cristãos locais.
O Paquistão ocupa o 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024, destacando-se como um dos lugares mais perigosos para ser cristão.