O pastor José Luis Orozco, do ministério Mountain Gateway, foi liberto após passar nove meses preso injustamente pelo regime ditatorial da Nicarágua. Em entrevista à AP News, ele compartilhou como a fé em Deus foi fundamental para suportar o cárcere, onde esteve detido com outros 12 líderes cristãos após uma cruzada evangelística em Manágua.
“Deus me disse: ‘Um vento soprará do norte, suas correntes se quebrarão e as portas se abrirão’”, relatou o pastor, lembrando da revelação recebida ainda na prisão. Os cristãos foram falsamente acusados de lavagem de dinheiro, condenados a até 15 anos e multados em quase 1 bilhão de dólares. Durante o período de detenção, não tiveram acesso a Bíblias, água potável ou contato com familiares.
Apesar disso, mantiveram-se firmes na oração, jejum e comunhão, mesmo enfrentando zombarias. “A maior guerra que enfrentei foi mental”, confessou José. A libertação veio após intervenção dos Estados Unidos, que negociou a soltura de 135 presos políticos. O pastor, hoje vivendo no Texas com asilo, testemunha: “Deus cumpriu o que prometeu. Se Ele fez isso por mim, pode fazer por você”.
O caso é um retrato da crescente perseguição religiosa na Nicarágua. Só em 2023, a Mountain Gateway realizou cruzadas que reuniram centenas de milhares de pessoas, o que levou o regime de Daniel Ortega a ver o movimento como ameaça. Desde então, a organização teve seu estatuto cancelado, bens confiscados e seus líderes, perseguidos.
Segundo a ADF Internacional, mais de 250 igrejas evangélicas foram fechadas nos últimos quatro anos, e ao menos 100 pastores seguem presos. Líderes cristãos continuam sendo alvos por denunciarem a repressão e lutarem pela liberdade religiosa. Mesmo sob pressão, muitos cristãos seguem firmes, reunindo-se em casas para adorar a Deus em meio à opressão.