A cristã e enfermeira Alice Loksha conseguiu fugir do cativeiro do grupo extremista ISWAP (sigla em inglês usada para denominar o grupo extremista Estado Islâmico da Província da África Ocidental). Alice foi sequestrada há seis anos, quando trabalhava pela Fundo das Nações Unidas para a Infância (da sigla em inglês, UNICEF) em um campo de deslocados no nordeste da Nigéria. A seguidora de Jesus foi levada com outras parteiras nigerianas que colaboravam com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
As duas parteiras foram mortas porque “eram muçulmanas e deveriam saber as consequências de trabalhar para agências internacionais, relata o jornal Businesse Day Nigeria. Alice foi poupada, mas foi forçada a se casar com dois comandantes do grupo extremistas. Com o primeiro “marido”, a cristã teve um filho chamado Mohammad, que acompanhou a mãe na fuga.
A mulher de 42 anos era casada e tinha dois filhos quando foi sequestrada, mas com a sua fuga ela descobriu que o esposo se casou novamente, pensando que ela estava morta. Uma fonte da ONU na região explicou que Alice e seu filho podem enfrentar um estigma, porque caso ela volte à sua família, dificilmente a criança seria aceita.
De acordo com um parceiro local da Portas Abertas, a história de Alice é comum e muitas das cristãs libertas não conseguem retornar a vida que levavam. “Às vezes, elas não apenas enfrentam a rejeição de seus maridos, mas muitas vezes de suas comunidades.”
O parceiro local completa: “Alice e seus filhos precisarão de apoio emocional, físico e espiritual contínuo se ela quiser ser integrada novamente à sociedade”.
Um problema crescente
Desde o sequestro de 276 meninas em Chibok, a Nigéria viu mais de 1.700 crianças serem sequestradas, garantem os dados da Anistia Internacional. Muitas meninas são forçadas a se casar com seus sequestradores. Ao menos 20 garotas de Chibok foram forçadas a se casar com combatentes do Boko Haram.
Segundo a pesquisa que resultou na Lista Mundial da Perseguição 2024, a Nigéria é o país com o maior número de sequestros relacionados à fé no mundo, com pelo menos 3.300 casos. Famílias, comunidades e igrejas são severamente enfraquecidas quando mulheres e meninas são sequestradas.
Quando as mulheres e meninas escapam ou são libertas, elas enfrentam vergonha e rejeição da família e comunidade, pois perderam a “pureza sexual” e geraram filhos de guerrilheiros. Assim, elas precisam conviver com os traumas do tempo em cativeiro e da discriminação dos parentes e da comunidade.
Diante dessa necessidade, a Portas Abertas promove a campanha global Desperta África para mobilizar 4 milhões de cristãos para apoiar física, emocional e espiritualmente os cristãos da África Subsaariana até 2027.
Apoie cristãs como Alice
Participando desta campanha, você apoia Alice e outras cristãs sequestradas com cuidados pós-trauma. Assim elas serão curadas dos traumas que sofreram enquanto estavam cativas e conseguirão superar a discriminação das famílias e comunidades. Saiba como e ajude!