Na Sexta-feira Santa, o cristão Pervaiz Masih foi condenado à morte no Paquistão, acusado de blasfêmia contra o islamismo. A sentença foi determinada pelo juiz Javed Iqbal Sheikh, que também impôs prisão perpétua e uma multa superior a 10 mil dólares. O caso foi registrado na cidade de Jaranwala, província de Punjab.
Masih foi preso sob acusações de profanar o Alcorão, insultar o profeta Maomé e conspirar contra dois outros cristãos – Amer Masih e Umair Rocky Masih – em uma suposta vingança pessoal. As acusações contra os irmãos já haviam sido comprovadas como falsas, mas provocaram uma onda de violência contra cristãos na região em 2023.
Violência e impunidade
Após as falsas denúncias de blasfêmia no ano passado, multidões atacaram mais de 20 igrejas e destruíram cerca de 80 casas pertencentes a famílias cristãs em Jaranwala. Até o momento, poucos responsáveis por esses crimes foram levados à justiça.
Nas redes sociais, cristãos expressaram revolta diante da condenação de Pervaiz Masih, enquanto os autores dos ataques permanecem soltos. A reverenda Ghazala Shafique, ativista de direitos humanos, criticou duramente a sentença. “Foi um presente de Páscoa distorcido para os cristãos de Punjab”, declarou em vídeo publicado no Facebook.
Perseguição religiosa no país
O caso evidencia mais uma vez a perseguição sofrida por cristãos no Paquistão. O país, de maioria muçulmana, ocupa o 8º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas, que classifica os países onde é mais difícil ser cristão.
Segundo o Christian Daily, embora a pena de morte por blasfêmia nunca tenha sido executada oficialmente, as acusações frequentemente desencadeiam tumultos, linchamentos e destruição de comunidades cristãs. Pervaiz Masih ainda pode recorrer da sentença ao Tribunal Superior de Lahore.
