A crise alimentar em Cuba atingiu níveis alarmantes, afetando diretamente as comunidades cristãs. Com inflação crescente e escassez generalizada, muitos fiéis estão passando fome. O país ocupa o 26º lugar na Lista Mundial da Perseguição, sendo a nação latino-americana mais hostil aos cristãos atualmente.
Segundo Antonio*, pastor com mais de 30 anos de ministério, a atual situação é a pior desde a queda da União Soviética: “O país está em crise há muitos anos, mas os últimos foram os piores em termos de escassez de alimentos”. Em Cuba, toda a produção agrícola precisa ser vendida ao governo a preços irrisórios, o que agrava ainda mais a crise, como explica Miguel*, também pastor e comerciante.
Igreja tenta socorrer os necessitados
Dados do Observatório Cubano de Direitos Humanos apontam que 70% dos cubanos já deixaram de fazer refeições por falta de recursos. Além da comida, faltam combustível, remédios e itens básicos. “Vimos membros da igreja voltando para casa sem tratamento médico”, relata Antonio.
Apesar das dificuldades, a igreja tem sido um ponto de apoio espiritual e material. Mas sua atuação também sofre limitações. Miguel afirma que o governo tem intensificado a repressão aos líderes religiosos, impedindo-os até de participar de eventos internacionais que antes garantiam recursos para ajudar suas comunidades.
Apoio da Portas Abertas
A organização cristã Portas Abertas tem prestado assistência aos cristãos cubanos. Desde 2021, cerca de 500 famílias receberam alimentos, e ao menos sete projetos de geração de renda foram iniciados por igrejas com apoio da entidade — beneficiando diretamente mais de 30 pessoas.
Com presença em mais de 70 países, a Portas Abertas segue atuando ao lado da Igreja Perseguida. Doações possibilitam a entrega de alimentos, água, bíblias, treinamentos e outros recursos essenciais para os cristãos que sofrem por sua fé.