Dois cristãos convertidos do islamismo foram condenados a 12 anos de prisão no Irã por transportarem Bíblias para o país. Segundo a organização Article 18, que apoia cristãos perseguidos, Mehdi Rahimi (49) e Kia Nourinia (55) foram sentenciados em abril deste ano por um Tribunal Revolucionário Islâmico em Tabriz, sua cidade natal. Ambos fugiram do país e seus paradeiros não foram divulgados.
Além da pena de prisão, os dois foram multados em mais de mil dólares cada e obrigados a pagar ao tribunal o equivalente a dez vezes o valor das Bíblias que trouxeram. O juiz Hassan Fathnezhad também suspendeu seus direitos sociais por 15 anos, impedindo-os de participar de qualquer grupo social ou religioso.
As condenações aconteceram após uma operação realizada em novembro de 2023, quando agentes do Ministério da Inteligência invadiram as casas dos cristãos em Teerã, Mashhad e Bandar Abbas. Bíblias, literatura cristã e celulares foram apreendidos. O julgamento ocorreu sem direito à defesa, e as únicas provas apresentadas foram os materiais cristãos encontrados nas residências.
Eles foram acusados de “propaganda de crenças cristãs desviantes” e “contrabando de mercadorias proibidas”, com base nos artigos 500, 22 e 24 do código penal iraniano. Segundo Mansour Borji, diretor do Article 18, a tendência recente é tratar Bíblias impressas fora do país como contrabando, facilitando penas mais severas aos cristãos.
O Irã ocupa o 9º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da organização Portas Abertas, sendo um dos países que mais reprimem convertidos do islamismo ao cristianismo. Além da prisão, os detentos cristãos enfrentam torturas, privação de direitos e condições severas. Apesar disso, a Igreja iraniana segue crescendo e é considerada a que mais avança no mundo.