Em março de 2024, a detenção de dez cristãos na cidade de Hohhot, capital da Mongólia Interior, por suposta venda ilegal de bíblia, gerou grande repercussão no cenário jurídico e cristão. Este caso se destaca pela peculiaridade de envolver Bíblias publicadas legalmente em Nanjing com autorização do governo, mas cuja venda por uma igreja doméstica não oficial foi considerada crime pelas autoridades locais.
Acusação e Argumentação
Segundo o guiame, as acusações contra os dez cristãos, identificados como Wang Honglan, Ji Heying, Zhang Wang, Wang Jiale, Liu Minna, Li Chao, Yang Zhijun, Ji Guolong, Liu Wei e Ban Yanhong, baseiam-se no argumento de que a venda de Bíblias por uma igreja doméstica não filiada à Igreja das Três Autonomias, entidade controlada pelo governo, configura crime mesmo que as Bíblias em si sejam legalizadas.
Análise Jurídica
A criminalização da venda de Bíblias legalizadas por uma igreja doméstica levanta questões cruciais sobre os princípios de liberdade religiosa e livre exercício de crença, consagrados em diversas leis e convenções internacionais. A alegação de “operações comerciais ilegais” como base para a condenação dos acusados, mesmo com a demonstração de que as vendas não visavam lucro e sim a evangelização, suscita dúvidas sobre a imparcialidade do processo judicial e a garantia do direito à liberdade religiosa na Mongólia Interior.
Perspectiva Cristã
Do ponto de vista cristão, a condenação dos cristãos por vender Bíblias legalmente adquiridas configura uma forma de restrição à livre difusão da fé e ao acesso aos textos sagrados. Esse tipo de medida, além de violar os princípios básicos da liberdade religiosa, pode gerar impactos negativos na comunidade cristã local, dificultando o exercício das práticas religiosas e a vivência da fé.
Conclusão
O caso dos dez cristãos presos na Mongólia Interior por vender Bíblias legalizadas serve como um lembrete dos desafios enfrentados por minorias religiosas em diferentes partes do mundo. É fundamental que os princípios de liberdade religiosa e livre exercício de crença sejam respeitados e defendidos, garantindo o direito de todos os indivíduos de professar sua fé e compartilhar suas crenças sem receio de perseguição ou represália.