Dez anos após o Estado Islâmico (ISIS) tomar o controle de Mosul, no Iraque, os cristãos que enfrentaram extrema perseguição estão voltando às igrejas. O arcebispo Bashar Warda, de Erbil, relatou que mais de 13 mil famílias cristãs fugiram para a região autônoma do Curdistão iraquiano para escapar da brutalidade do ISIS.
Mosul foi liberta em 2017, após um conflito devastador que deixou grande parte da cidade em ruínas. Nos anos seguintes, cerca de 9.000 famílias retornaram às Planícies de Nínive, graças à ajuda internacional que possibilitou a reconstrução de suas casas, conforme contou Warda à Aid to the Church in Need (ACN). Ele destacou que, apesar das memórias tristes e aterrorizantes, as igrejas estão novamente cheias, permitindo que as famílias cristãs comecem a construir o futuro.
A missão Portas Abertas (PA) informou que recentemente uma igreja histórica na cidade, ocupada pelo ISIS em 2014 e usada como centro de ações extremistas, foi reaberta no dia 5 de abril deste ano. Na celebração de reabertura, conduzida por Lois Raphael Sako, participaram mais de 300 pessoas, incluindo cristãos, muçulmanos e iazidis.
Situação em Mosul
Apesar do progresso, Warda explicou que “a pressão de ser uma minoria é real”, fazendo com que muitos cristãos deixem o Iraque, enquanto outros ainda planejam sair. Os jovens necessitam de ajuda para encontrar trabalho, pedindo empregos em vez de apenas doações. O líder enfatizou que gostaria que o governo do Reino Unido lembrasse aos políticos iraquianos sobre a importância de cuidar das minorias.
Segundo o Christian Today e com informações do guiame, a International Christian Concern (ICC) relatou que atualmente existem cerca de 50 famílias cristãs vivendo em Mosul. Segundo um funcionário do ICC, os cristãos têm um papel importante na reconstrução da cidade. A presença cristã é vista como essencial para trazer paz à região mais ampla de Nínive, com a cidade pronta para novos começos e um maior sentimento de liberdade e segurança do que foi possível durante mais de duas décadas.