Nos últimos dias, o governo da Austrália anunciou medidas firmes contra o regime islâmico do Irã, responsabilizado por organizar ataques incendiários de motivação antissemita no país. Segundo a Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO), há provas de que o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) esteve por trás de incêndios em Melbourne e Sydney, ocorridos após o massacre de 7 de outubro.
Organização Terrorista
Diante das evidências, o primeiro-ministro Anthony Albanese confirmou que o IRGC será classificado como organização terrorista, e o embaixador iraniano, junto a outros três diplomatas, foi declarado “persona non grata”, tendo sete dias para deixar o país. Foi a primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, que a Austrália expulsou um embaixador. Paralelamente, a ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, anunciou a retirada da missão diplomática australiana de Teerã e desaconselhou viagens ao Irã.
As investigações apontam que os ataques foram coordenados por meio de redes de intermediários ligados ao crime organizado, incluindo o ex-líder de gangue Sayed Moosawi, que usava o pseudônimo “James Bond”. Ao menos 14 suspeitos já foram presos, com acusações que envolvem desde incêndios criminosos em estabelecimentos judeus até o atentado contra a sinagoga Adass Israel, em Melbourne.
Apoio Judeu
A decisão do governo recebeu apoio imediato da comunidade judaica australiana e da oposição, que vinha pressionando pela designação do IRGC como grupo terrorista. Organizações judaicas destacaram que os ataques confirmam o alcance global da ação iraniana e agradeceram às autoridades pela proteção. A Embaixada de Israel na Austrália e entidades locais reforçaram que a ameaça do regime iraniano não pode ser minimizada, pedindo vigilância internacional.
Segundo o Jerusalem Post, o primeiro-ministro Albanese ressaltou que os ataques buscavam dividir a sociedade australiana e comprometer a coesão social: “Foram atos de agressão perigosos, orquestrados em solo australiano por uma nação estrangeira”. Já a comunidade judaica afirmou que a revelação das conexões iranianas representa um alerta contra a infiltração do terrorismo no país e exigiu tolerância zero com apoiadores do IRGC.