Miftah*, um jovem de 26 anos da Etiópia, cresceu como um muçulmano devoto. Ele estudava em uma madrassa para aprofundar seus conhecimentos do Alcorão e esperava um dia trabalhar ali. Mas, em 2022, durante uma visita à família em sua aldeia, tudo mudou.
Enquanto caminhava pela vila, Miftah se deparou com uma conferência cristã em uma igreja local. Movido pela curiosidade, decidiu entrar. A atitude, no entanto, teve sérias consequências. Ao voltar para casa, foi confrontado com agressões verbais e físicas por parte de sua própria família. Vizinhos haviam contado que ele esteve em um templo cristão.
Apesar da violência e rejeição, Miftah continuou participando da conferência. No terceiro dia, ele entregou sua vida a Cristo, renunciando à fé islâmica. Meses depois, vizinhos o capturaram, amarraram suas mãos para trás e o espancaram brutalmente, na tentativa de forçá-lo a negar Jesus. Até mesmo seu pai gritou: “Ele não é mais meu filho!”.
Rejeição e recomeço
Além da violência, Miftah foi deserdado, teve suas roupas queimadas e foi expulso da aldeia. Sem o apoio da família, ele passou a contar com a ajuda da Missão Portas Abertas, que forneceu abrigo, roupas e alimentos.
Em 2024, ele participou de um treinamento voltado a cristãos perseguidos e traumatizados. Nesse encontro, Miftah experimentou cura emocional e libertação do ódio que carregava.
“Eu costumava sentir raiva de quem me fez mal, inclusive da minha mãe e do meu pai. Mas aprendi que guardar isso não me trazia nenhum benefício. Deus usou a perseguição para me aproximar dEle”, contou.
Hoje, Miftah afirma que está curado: “Esse treinamento apagou o ódio dentro de mim. Agora consigo agradecer até aos que me perseguiram”.
A realidade da perseguição na Etiópia
A Etiópia ocupa o 33º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025, divulgada pela Missão Portas Abertas. Cristãos convertidos do islamismo e da Igreja Ortodoxa Etíope enfrentam forte pressão familiar e comunitária. Em várias regiões, igrejas são destruídas e fiéis são isolados socialmente.
Mesmo em meio à violência e conflitos políticos, cristãos como Miftah seguem firmes na fé, encontrando esperança e cura em Cristo.
*Nome alterado por segurança.