Uma nova onda de insegurança tem abalado o Mali desde setembro. A situação no país tem se deteriorado desde o golpe de Estado ocorrido em agosto de 2020, resultando em uma série de ataques recentes.
No último dia 7 de setembro, um barco da Companhia de Navegação do Mali (COMANAV) chamado “Tombouctou” fazia a rota de Gao, no Nordeste do Mali, para Koulikoro, próximo à capital Bamaco. Essa região há algum tempo está sob o domínio de grupos jihadistas.
Quando os extremistas islâmicos avistaram a embarcação, lançaram um ataque. Um informante local relatou que “o barco foi atingido por três mísseis, atingindo o tanque de combustível e a cabine”.
O pânico se espalhou pela cabine, levando muitos passageiros civis a pularem no rio, porém, muitos deles não sabiam nadar e morreram na água. O Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM) assumiu a responsabilidade pelo ataque.
De acordo com informações da “Portas Abertas“, soldados de um acampamento militar próximo, em Bamba, tentaram intervir contra o GSIM, mas também foram atacados. O canal de televisão estatal confirmou a morte de 49 civis, incluindo homens, mulheres e crianças. Pelo menos 15 soldados também morreram no confronto com os extremistas, levando o governo a decretar três dias de luto nacional pelas vítimas.
No dia seguinte, um atentado suicida ocorreu em uma base militar em Gao. Poucos dias depois, mais de 100 mulheres que se dirigiam para uma conferência cristã feminina foram barradas pelos extremistas. Um informante local relatou que as mulheres que vieram do Norte não podem retornar às suas famílias, pois há um bloqueio em torno das cidades.
O tema da conferência era “Como as mulheres cristãs devem reagir à perseguição”, mas pelo menos 38 delas continuam impedidas de se reunir com suas famílias no Norte do Mali.
Esses recentes ataques destacam a preocupante situação de segurança no Mali e as dificuldades enfrentadas por civis e comunidades religiosas no país.