No nordeste da China, cerca de 200 cristãos foram presos durante uma invasão policial a uma reunião de aldeões que participavam de um culto. A polícia alegou que os participantes estavam frequentando uma igreja que se recusava a obedecer a uma doutrina teológica promovida por um órgão sancionado pelo Estado.
O incidente ocorreu em Xiaotuan, um vilarejo na cidade de Mudanjiang, na província de Heilongjiang, em 27 de janeiro, quando aproximadamente 150 policiais invadiram a reunião. Os detidos eram membros de uma igreja doméstica associada à rede Sola Fide, cuja doutrina teológica, centrada na justificação pela fé, é contestada pelo órgão estatal controlador da Igreja das Três Autonomias.
A doutrina da Sola Fide, que enfatiza que a justiça de Deus não é baseada nas ações humanas, mas na fé, é compartilhada por muitas igrejas protestantes. No entanto, na China, a Igreja das Três Autonomias promove a justificação pelo amor em vez da justificação pela fé.
A reunião em Xiaotuan atrai centenas de cristãos locais e de outras regiões mensalmente. A operação policial ocorreu após moradores locais notarem um carro suspeito estacionado nas proximidades durante o período anterior à reunião.
Segundo o guiame, após a ação policial, os cristãos detidos foram colocados em veículos antes de serem levados embora, e até o momento não se sabe para onde foram levados. A repressão religiosa na China tem se intensificado desde 2013, especialmente após a adoção de novos regulamentos sobre assuntos religiosos pelo Partido Comunista Chinês em 2018.