O pastor e missionário Claudinei Vicente relatou recentemente ter pago pela liberdade de cinco famílias que viviam em situação de escravidão em fábricas de tijolos no Paquistão. Além do resgate, os integrantes foram batizados, marcando um novo começo em suas vidas.
Há cinco anos, Claudinei tem se dedicado ao resgate de famílias escravizadas no país, em meio a um ambiente de forte perseguição religiosa. Durante uma expedição realizada em fevereiro deste ano, ele testemunhou emocionado:
“Eu acabei de assinar a soltura dessa família. Nunca imaginei colocar minha assinatura em um acordo de soltura. Agora, eles são livres para servir a Deus e viver com Cristo.”
Resgate em meio à perseguição
O pastor registrou o momento do pagamento, feito na presença do ex-dono, orando pelas famílias libertas e agradecendo a Deus pela oportunidade de realizar esse trabalho. Mesmo em um país onde os cristãos são perseguidos por sua fé, Claudinei declarou:
“Eu sei o risco, eu sei tudo, mas o Senhor me deu permissão para fazer esta oração. Eu Te agradeço por essa libertação, em nome de Jesus, nosso Salvador.”
Em seu perfil no Instagram, Claudinei compartilhou vídeos do resgate e das famílias glorificando a Deus após serem libertas. Ele afirmou com esperança:
“Quem está fazendo isso é Jesus Cristo de Nazaré, e essa é uma das muitas famílias que serão libertas.”
Batismo e novos começos
Na última quarta-feira, Claudinei, ao lado do pastor local Simon Peter Kaleem, realizou o batismo das famílias libertas em uma piscina improvisada. Cada pessoa resgatada passou por esse ato simbólico de renascimento espiritual.
“Nós alimentamos o corpo com cestas básicas, tiramos cinco famílias da escravidão, pregamos o Evangelho e agora faltava batizar. Em meio à perseguição, eles foram libertos completamente. Não existem limites para Deus.”
O missionário revelou que seu ministério está preparando um projeto de reintegração para que as famílias libertas possam ter um sustento digno e romper com o ciclo de escravidão.
A escravidão moderna no Paquistão
Claudinei explicou que a escravidão em fábricas de tijolos no Paquistão é uma realidade comum. Famílias entram em dívidas devido à extrema pobreza, aceitando empréstimos para garantir alimentação e moradia.
“Eles trabalham todos os dias para comer, mas o que ganham não cobre sequer uma refeição. As dívidas acumulam e passam de geração em geração. Hoje, Jesus fez por eles o que também fez por nós: pagou a dívida.”
Conforme a Global Christian Relief, existem aproximadamente 20 mil fornos de tijolos no Paquistão, onde muitos cristãos são mantidos em trabalho escravo. O país ocupa o 8º lugar na Lista Mundial de Observação de 2025 da Portas Abertas, figurando entre os lugares mais difíceis para se viver como cristão.