Há cerca de 600 cristãos abrigados em edifícios de igrejas católica e ortodoxa em Gaza. Eles estão cercados pelos conflitos, vivem sob o medo de serem atingidos pelos bombardeios e com pouca comida. As dificuldades não se limitam aos cristãos de Gaza, mas alcançaram os que vivem em todo o Territórios Palestinos (além de Gaza, a região também é composta pela Cisjordânia. Saiba mais neste link). Os Territórios Palestinos estão em 60º lugar na Lista de Países em Observação, documento que dá continuidade à Lista Mundial da Perseguição (LMP) e contém mais 28 países onde os cristãos são perseguidos devido a sua fé. A LMP é um documento editado anualmente pela Portas Abertas e classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.
Antes da guerra, havia cerca de 1.070 cristãos em Gaza, pertencentes às igrejas ortodoxa e a católica, com um número menor da igreja batista. Além de seguidores de Jesus de origem islâmica. Com o início da guerra em outubro de 2023, a maioria dos cristãos se abrigaram nos prédios das igrejas, pois eram lugares mais seguros do que suas casas e bairros.
As consequências da guerra
Mas no dia 19 do mesmo mês, um bombardeio atingiu uma das igrejas e matou 18 cristãos. Outros incidentes causaram mais mortes dos seguidores de Jesus e alguns faleceram de causas naturais. Quando havia possibilidade de fuga, centenas de cristãos foram para o sul da Faixa de Gaza e outros cruzaram a fronteira para o Egito. “Desde que Israel separou a Faixa em pedaços, pessoas do norte não podem mais viajar para o sul, ou vice-versa”, explica Chris*, gerente de uma organização parceira da Portas Abertas.
Com apoio de outras organizações não governamentais e da liderança da igreja ortodoxa, os cristãos foram apoiados com dinheiro para comida, água, gás e roupas para o inverno. “Esta guerra é um desastre para todos os cristãos da região, na minha opinião, comparada ao ano de 1948, que consideramos um desastre. Essa guerra fará com que a igreja desapareça de Gaza. Mas não só de lá, pois desde o início da guerra, centenas de famílias cristãs da Cisjordânia, Jordânia e Líbano se mudaram para o Canadá, os Estados Unidos ou a Austrália”, afirma.
Cristãos Perseguidos Impactados
Segundo o líder cristão, o mesmo aconteceu quando o Estado Islâmico ocupou partes do Iraque e da Síria. As atividades para apoiar os cristãos perseguidos na região também foram impactados pelos conflitos. “Claro, devido à situação, nunca se sabe se, por exemplo, um treinamento de vários dias pode ocorrer conforme planejado. As pessoas poderão ir ao local do treinamento? Os professores poderão ir lá, especialmente aqueles do exterior?”, questiona.
Apesar dos riscos, o apoio aos cristãos locais permanece como um treinamento voltado para 20 mulheres e cuidados pós-trauma para 50 seguidores de Jesus. “Assim que a situação em Gaza estiver segura e recebermos permissão para ir lá, parte dessas pessoas treinadas começará a oferecer apoio espiritual e traumático as crianças e mulheres”, planeja.
Os riscos de servir cristãos em meio à guerra
Todos os dias, os funcionários da organização parceira arriscam suas vidas para encontrar e apoiar cristãos perseguidos na região. “Nenhum de nós funciona a 100%, isso é impossível. Precisamos das suas orações. Estamos sob constante pressão devido à guerra e devido à necessidade das pessoas ao nosso redor”, pede Chris.
Muitos cristãos na Cisjordânia trabalham na indústria do turismo e dependem dos turistas que visitam lugares como Belém. Mas com a guerra, esses cristãos agora estão sem trabalho e sem renda. “Não podemos apoiar a todos, alguns começam a nos culpar por isso”, lamenta.
*Nome alterado por motivo de segurança
Pedidos de oração
- Clame por paz e fim dos conflitos em Gaza, Cisjordânia e Israel.
- Interceda pelos cristãos que vivem em meio aos conflitos, para experimentarem a provisão, a proteção e o consolo de Deus.
- Ore por saúde física, emocional e espiritual dos parceiros locais que arriscam a vida para apoiar os cristãos mais necessitados.
- Peça que o Senhor envie mais recursos para apoiar mais cristãos necessitados.