O governo do Tajiquistão iniciou uma operação em larga escala para prender e deportar refugiados afegãos, dando a eles apenas 15 dias para deixarem o país. A medida, confirmada pela agência da ONU para refugiados (ACNUR) e divulgada pela Khaama Press, gerou medo entre milhares de afegãos, inclusive entre aqueles que possuem documentos legais de residência ou status oficial de asilo.
Nos últimos dias, prisões aumentaram nas regiões de Vahdat e Rudaki, próximas à capital Dushanbe. Muitos homens afegãos estão sendo levados de forma repentina, diretamente de seus locais de trabalho, sem aviso e sem tempo para contatar suas famílias. Relatos recentes indicam que o governo já começou a deportar à força centenas de pessoas, mesmo antes do prazo final. Só ontem, mais de 150 refugiados foram detidos em mercados e locais públicos e expulsos do país.
Refugiados com Documentos Legais
Uma das principais preocupações é que muitos dos detidos possuem status legal como refugiados registrados, com cartões válidos e processos ativos de reassentamento em países como o Canadá. Há ainda afegãos que aguardam decisões sobre pedidos de asilo em andamento. Apesar disso, continuam sendo alvo das operações. Embora o motivo oficial das deportações não tenha sido divulgado, acredita-se que fatores geopolíticos e a relação do Tajiquistão com o Talibã estejam influenciando a decisão.
Diante da situação crítica, grupos de direitos humanos têm denunciado a ação como ilegal e desumana, alertando para o risco enfrentado pelos deportados ao retornarem ao Afeganistão. Petições online pedem ao Canadá e a outros países que acelerem os processos de reassentamento e providenciem evacuação urgente dos afegãos que aguardam realocação.
Crise Se Agrava na Ásia Central
Segundo a Portas Abertas, a atitude do Tajiquistão segue uma tendência na região: países como Irã e Paquistão também intensificaram recentemente a deportação em massa de afegãos. Com os programas internacionais de reassentamento avançando lentamente e poucas rotas de asilo abertas, os refugiados enfrentam um cenário desolador. Muitos vivem agora entre o medo da prisão e a ameaça de serem forçados a retornar a um país onde podem enfrentar perseguição, violência e morte. A comunidade internacional é convocada a agir com urgência para evitar uma tragédia humanitária ainda maior.