Pesquisa revela baixa incidência de eventos adversos em jovens vacinados contra o SARS-CoV-2
Um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (Nesa), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), analisou a resposta vacinal de jovens de 12 a 24 anos contra o SARS-CoV-2. A pesquisa foi realizada no período de 18 de fevereiro de 2021 a 25 de agosto de 2022.
De acordo com os resultados, aproximadamente 52% dos jovens vacinados apresentaram eventos adversos, sendo a maioria deles leves e transitórios. Os sintomas mais comuns foram dor no local da aplicação (52,6%), dor de cabeça (25,3%), febre baixa (19,3%) e dor no corpo (20,1%), principalmente após a segunda dose da vacina. Vale ressaltar que não foram registrados casos graves.
Perfil dos participantes e impacto das vacinas
O estudo foi conduzido pela pediatra e médica de adolescentes Cristiane Murad Tavares e contou com a participação de 699 pessoas atendidas no posto de vacinação do campus Maracanã da Uerj.
“Avaliamos o perfil clínico, laboratorial e epidemiológico dessa faixa da população, bem como a resposta imunológica após o esquema vacinal primário e os efeitos colaterais”, explicou Tavares.
Um dos principais resultados obtidos foi a baixa incidência de casos de covid-19 após a vacinação, sem registro de hospitalizações. “As vacinas se mostraram eficientes, não tendo sido observadas reações moderadas ou graves. Os achados sugerem que a imunização é segura e tem impacto no índice de mortalidade pela doença”, afirmou a médica.
Seleção dos participantes e acompanhamento
Os participantes foram selecionados no momento em que compareceram ao posto de vacinação da Uerj, no campus Maracanã. Nesse momento, eles foram apresentados ao estudo e receberam informações sobre sua relevância. Os jovens foram avaliados por meio de questionários sociodemográficos, históricos clínicos, presença de comorbidades e exames laboratoriais.
A reação à vacina foi avaliada em quatro momentos: aplicação da primeira dose, aplicação da dose de reforço, 30 dias após a segunda dose e 90 dias após a segunda dose. As vacinas analisadas foram a Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Oxford, CoronaVac/Butantan e Janssen.
Importância do estudo e colaborações
O objetivo do estudo é reforçar a importância das políticas públicas que garantem o acesso à vacinação para toda a população, além de contribuir para conscientizar a sociedade e combater a desinformação relacionada à ciência. Durante a pandemia, várias notícias falsas surgiram, associando a vacinação contra a covid-19 a um aumento no número de óbitos em adolescentes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária desmentiu esses boatos.
O trabalho contou com a colaboração de diversos setores da Uerj, como o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), o Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, o Centro de Apoio à Pesquisa no Complexo de Saúde da Uerj, e também com a colaboração da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
*Com informações da Agência Brasil