Um grupo de médicos de Quebec, no Canadá, gerou polêmica ao sugerir que a eutanásia poderia ser um “tratamento apropriado” para recém-nascidos com deficiências graves. O Colégio de Médicos de Quebec (CMQ) defendeu a eutanásia para bebês com “deformações graves” e síndromes médicas severas, alegando que o procedimento seria uma forma de “cuidado” médico.
A proposta foi duramente criticada. O especialista Wesley J. Smith, do Discovery Institute, argumentou que, se a eutanásia é uma resposta ao sofrimento, não há motivo para limitá-la a adultos, o que levaria ao infanticídio. Catherine Robinson, da Right To Life UK, classificou a ideia como “discriminação eugênica” e defendeu que bebês com deficiência merecem cuidados, não eutanásia.
Essa discussão acontece em um cenário de expansão contínua do programa de eutanásia no Canadá. Desde a legalização em 2016:
- 2021: O Parlamento eliminou o requisito de que a morte dos solicitantes fosse “razoavelmente previsível”.
- 2024: Está prevista a expansão do programa para incluir casos de saúde mental, a partir de 2027.
- 2023: Um comitê parlamentar recomendou que a eutanásia fosse estendida a crianças e prisioneiros.
Caso a proposta para bebês seja aprovada, o Canadá se tornará o segundo país a permitir a prática, com a Holanda, que autoriza a eutanásia para crianças menores de um ano em sofrimento extremo e com consentimento dos pais.
Segundo o Christian Today, o professor Trudo Lemmens, que inicialmente apoiou a lei canadense de eutanásia, manifestou preocupação com a normalização da prática pelos médicos, afirmando que “não tenho certeza se pode ser facilmente contido”. Em 2023, 15.343 pessoas no Canadá morreram por eutanásia ou suicídio assistido, o que representa 4,7% do total de mortes no país.