A cidade do Rio de Janeiro enfrenta um aumento alarmante no número de casos de hepatite A, com um crescimento de 50% em comparação ao ano anterior. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (10) pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, que revelou o registro de quase 500 ocorrências da doença apenas em 2024. O anúncio ocorreu durante o Seminário de Saúde Suplementar, evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para debater as perspectivas do setor até 2030.
Formas de Contágio e Grupos de Risco
O secretário destacou que a transmissão da doença pode ocorrer pelo consumo de água e alimentos contaminados ou por meio de relações sexuais. “A gente está percebendo esse aumento principalmente em pessoas jovens, com vida sexual ativa. O número de casos está aumentando numa velocidade muito grande no Brasil, e aqui no Rio de Janeiro não é diferente”, afirmou Soranz. De acordo com o Ministério da Saúde, a principal via de contágio é a oral-fecal, diretamente associada a condições precárias de saneamento básico e de higiene pessoal. Embora raras, as transmissões por meio de sangue ou perfuração da pele podem ocorrer. A proximidade entre pessoas, como em residências e creches, também é um fator de risco.
Prevenção e Gravidade da Doença
Daniel Soranz classificou a situação como “bastante preocupante”, mencionando um aumento no número de internações, e reforçou que a hepatite A é uma doença “imunoprevenível”. A recomendação é que a população procure os postos de saúde para se vacinar, respeitando os grupos elegíveis para o imunizante. O Ministério da Saúde alerta que, embora a infecção costume ter um curso limitado em crianças, ela se manifesta de forma mais grave em adultos. Existem formas fulminantes da doença que podem levar à morte ou desencadear quadros autoimunes severos. Surtos relacionados a práticas sexuais que envolvem contato com resíduos fecais, como o sexo anal e oroanal, também são relatados pelas autoridades de saúde.
Debate sobre Planos de Saúde
Durante o mesmo seminário na FGV, outro tema em pauta foi o reajuste dos planos de saúde. Lenise Secchin, diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), associou o aumento dos custos à falta de uma coordenação no cuidado e no uso de procedimentos. “Se você tem uma utilização sem cuidado e descoordenada, isso aumenta custos, que no ano seguinte vão virar reajuste”, explicou. Ela também abordou o desafio demográfico, citando dados do IBGE que preveem uma paridade entre jovens e idosos até 2030, o que impacta o sistema de mutualismo dos planos. Segundo a diretora, a ANS está promovendo discussões com a sociedade e operadoras para encontrar soluções para este cenário.
Com informações da Agência Brasil