UFRJ recomenda o uso de máscaras em ambientes fechados e de aglomeração
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nova nota nesta sexta-feira (18) para detalhar os motivos que levaram à recomendação do retorno do uso de máscaras em ambientes fechados e de aglomeração, divulgada na última quarta-feira (16). A UFRJ esclareceu também que a recomendação não implica medidas de isolamento ou suspensão de atividades presenciais, “mas aponta para a importância de adoção no cotidiano de medidas protetivas simples que se mostraram fundamentais ao longo desses anos de pandemia”.
Aumento de casos de covid-19 preocupa universidade e secretaria de saúde
No primeiro comunicado, a universidade havia afirmado que constatou um aumento moderado e progressivo de diagnósticos de covid-19 em seu centro próprio de testagem, o Centro de Triagem e Diagnóstico do Núcleo de Enfrentamento e Estudos de Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (CTD/Needier). No texto publicado nesta sexta, a UFRJ detalha que a taxa de positividade dos testes de covid-19 subiu de 4% para 13%, em um cenário de baixa procura pelos testes.
“Constatamos um crescimento de casos positivos diagnosticados no centro nas últimas semanas: 4% no período de 17/05/2023 a 16/06/2023 (4 positivos em 110 testados); 7% no período de 17/06/2023 a 16/07/2023 (5 positivos em 72 testados) e 13% de 17/07/2023 a 16/08/2023 (11 positivos em 86 testados)”, informa a universidade, que calcula que o aumento percentual é maior que 200%.
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro também detectou aumento da positividade nos testes de covid-19, segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira. A taxa de positividade de exames RT-PCR passou de 2%, na última semana de julho, para 20%, entre 6 e 12 de agosto.
A pasta informa que, apesar disso, o número de solicitações de leitos e atendimentos nas emergências e UPAs da rede estadual não apresentam tendência de alta.
Preocupação com as variantes do vírus
Diante do aumento de casos, a UFRJ e a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro também expressaram preocupação com a detecção de novas variantes do vírus. A UFRJ considera que, a exemplo de outros momentos recentes, a detecção de novas variantes no Brasil é apenas uma questão de tempo, diante da grande mobilidade global de pessoas e da circulação de novas linhagens da cepa Ômicron, como a nova subvariante de interesse EG.5, já detectada em 51 países.
A variante EG.5 já provocou ao menos um caso confirmado no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o estado de São Paulo notificou que uma mulher de 71 anos, já curada da covid-19, foi infectada pela EG.5 e teve os primeiros sintomas em 30 de julho.
Discordância entre a UFRJ e a Prefeitura do Rio de Janeiro
Enquanto a UFRJ e a Secretaria de Estado de Saúde recomendam o uso de máscaras, a Prefeitura do Rio de Janeiro discorda dessa medida nesse momento. O prefeito, Eduardo Paes, foi às redes sociais para manifestar a contrariedade da administração municipal em relação ao uso de máscaras e completou: “esperamos que não inventem ensino à distância!” O Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, também avaliou que não é o momento para a adoção das máscaras.
Outras opiniões sobre a recomendação do uso de máscaras
A Sociedade Brasileira de Infectologia também se manifestou dizendo que não há necessidade de mudança das recomendações vigentes para a prevenção da covid-19. A instituição ressaltou a importância de completar o esquema vacinal com doses de reforço e a necessidade de aumentar a vigilância genômica sobre o SARS-CoV-2.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Boletim Infogripe, descreveu que o cenário atual é de queda ou estabilização de casos positivos de síndrome respiratória aguda grave causada pelo Sars-CoV-2 (covid-19). A instituição enfatizou a importância da vacinação e da manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no país.
Apesar das discordâncias, a UFRJ reforça a importância do uso de máscaras como medida de proteção simples e eficaz no enfrentamento da pandemia, especialmente em ambientes fechados e de aglomeração.
*Com informações da Agência Brasil