Ao ouvir isso, Jesus lhe disse: ‘Falta uma coisa para você: Venda tudo o que você tem e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me’.
Lucas 18:22
Reflexão: A Síndrome do Jovem Rico na Igreja Moderna
Luzes acesas, música tocando, pessoas bem-vestidas cantando com fervor. A cena de um culto é familiar e, para muitos, confortante. Mas, e se eu te dissesse que, muitas vezes, essa cena se tornou uma fortaleza que nos impede de cumprir nossa verdadeira missão? E se o nosso amor pelos costumes, pela nossa “casa”, pelo nosso conforto religioso, for exatamente aquilo que nos impede de seguir Jesus para fora das quatro paredes? A história de um jovem rico e religioso em Lucas 18 é um espelho desconfortável, mas necessário, para a igreja de hoje.
Aquele jovem se aproxima de Jesus com a pergunta mais importante que alguém pode fazer: “O que farei para herdar a vida eterna?”. Ele não era um pecador distante; ele era um homem bom, moral, que guardava os mandamentos desde a sua juventude. Ele era o tipo de pessoa que qualquer um de nós adoraria ter como membro em nossa igreja.
Mas Jesus, com Seu olhar que penetra a alma, enxergou além do currículo religioso. Ele viu o coração. Ele identificou o ídolo, a única “coisa” que aquele homem amava mais do que a Deus: sua riqueza, que representava sua segurança, seu status e sua identidade. O chamado de Jesus para “vender tudo” não era uma nova lei para a salvação, mas uma cirurgia precisa e direcionada ao coração daquele homem. Jesus estava dizendo: “Abra mão da fonte da sua segurança terrena, e então, livre, venha e me siga.”
O jovem ficou triste e foi embora. O apego ao seu tesouro na terra o impediu de ganhar o tesouro no céu.
Agora, olhemos para nós. Talvez o nosso ídolo não seja o dinheiro. Mas qual é a “única coisa” que nos impede de seguir Jesus de verdade? Para muitos de nós, como igreja, nosso ídolo se tornou o conforto da nossa própria religiosidade.
- Nós nos acostumamos a ser igreja apenas dentro do templo.
- Temos medo de ir aos lugares para onde Deus quer nos enviar, porque lá é desconfortável e às vezes, sujo.
- Desperdiçamos dentro de nossas quatro paredes os dons, os talentos e os recursos que deveriam ser compartilhados “lá fora”, com um mundo que perece.
- Vivemos um desvio de propósito: estamos tão ocupados com as coisas da igreja que não estamos mais ocupados com a missão da Igreja.
Nossos costumes e tradições não levam ninguém para o céu. Precisamos ser a Bíblia que o mundo lá fora consegue ler. Uma Bíblia viva, que demonstra o amor de Jesus através do serviço, do sacrifício e da coragem de deixar o conforto para ir ao encontro do necessitado.
Quando os discípulos, assustados, perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?”, Jesus deu a resposta que é a nossa única esperança: “O que é impossível para os homens é possível para Deus.” Nós não podemos, por nós mesmos, arrancar os ídolos do nosso coração. Mas podemos nos render e pedir que Deus faça o impossível em nós: que Ele nos liberte do amor ao conforto e nos dê um amor apaixonado pelas almas, nos capacitando a, finalmente, seguir Jesus para onde Ele for.
Sugestão de Música:
A canção “Eu Vou (Eu Navegarei)” na voz de Gabriela Rocha é uma declaração de entrega e um antídoto para a atitude do jovem rico. A letra “Eu vou, eu vou, pra onde me levar… eu vou, eu vou, seguir o meu Senhor” expressa a decisão de seguir Jesus incondicionalmente, abrindo mão do controle e do conforto pessoal.